Após 26 dias reclusa, a presidente Dilma Rousseff reaparece nesta terça-feira (27) na primeira reunião ministerial do segundo mandato com o objetivo de defender o arrocho fiscal e tentar resgatar a credibilidade perdida após uma campanha eleitoral marcada por falsas promessas. A missão, segundo o líder da Oposição na Câmara, Domingos Sávio (MG),deve naufragar dentro e fora das dependências da Granja do Torto, onde ocorrerá o encontro. “Esse governo ficará tentando se convencer de que está tudo certo e sob controle, sendo que as consequências já estão aí: inflação, desemprego, descrédito total”, disse. “Dilma não conseguirá enganar nem aos próprios colaboradores diante dos fatos negativos que o PT e ela criaram para o Brasil”, acrescentou o parlamentar.
De acordo com Sávio, a petista inaugurou o segundo mandato “totalmente desacreditada” após cometer uma série de equívocos. Apresentou aos eleitores um país distante da realidade, atacou covardemente seus adversários e ofereceu propostas irrealizáveis. Vencida a disputa pela Presidência da República, ela entregou aos cidadãos a fatura dos enganos e da incompetência do primeiro mandato, contrariando tudo que prometeu. “Ela mentiu de maneira premeditada ao dizer que não mexeria nos direitos trabalhistas. Foi covarde ao enganar os brasileiros”, afirmou o tucano, referindo-se à denúncia da “Folha de S.Paulo” de que o governo já planejava mudanças nas regras trabalhistas antes da eleição.
O governo, ressaltou o parlamentar, não fez até agora o que a população espera: cortar gastos. Um outro exemplo de desrespeito ao dinheiro do contribuinte, apontou Sávio, é o número de ministérios da atual gestão. “Criado para comportar cada um dos aliados, ele é o retrato da tendência populista e autoritária do governo petista”, disse. “Imagino que a maioria dos ministros não terá nem como abrir a boca na reunião. Não é possível imaginar que cada um vá ter tempo para expor suas ideias e sugestões.”
Sequência destruidora– Desde que garantiu a reeleição, Dilma não perdeu tempo e presenteou os brasileiros com medidas que contrariam as várias promessas feitas por ela em cadeia nacional de tevê e rádio durante a campanha. A começar pelos juros, que, segundo a candidata, não seriam elevados. Três dias depois das eleições, o Banco Central aumentou a Selic. Na reunião seguinte, em dezembro, voltou a subi-la para 11,75%. Há menos de uma semana, foi anunciado o aumento de 0,5 ponto percentual. Com isso, a taxa já está em 12,25%.
Não satisfeita, Dilma impôs aos brasileiros o tarifaço nos combustíveis, na conta de energia elétrica e em impostos. Entre eles, a elevação de 9,75% para 11,75% nas alíquotas do PIS/Cofins (imposto sobre produtos importados) e aumento da alíquota de importação de 9,25% para 11,75%.
Do Portal do PSDB na Câmara