A cada dia que passa o povo brasileiro começa a conhecer a verdadeira face do governo petista de Dilma Rousseff em seu segundo mandato. Nos últimos dias a equipe econômica do governo anunciou uma série de medidas que pretendem estancar a sangria de recursos públicos decorrente da gestão desastrosa do Planalto, de quatro anos de absoluta irresponsabilidade fiscal e de descontrole da inflação.
A iniciativa de corrigir os rumos estaria correta se ela se voltasse contra os responsáveis pelo caos; o próprio governo Dilma Rousseff, que extrapolou todos os limites de gastos e que hoje não responde por crime de responsabilidade fiscal apenas porque mudou a lei, no apagar das luzes do ano passado, impondo sua vontade ao Congresso Nacional.
Porém, longe de serem justas, as medidas que compõem o “Pacote de Maldades”, atingem em cheio e covardemente o povo brasileiro, tornando ainda mais precária suas condições de sobrevivência em um ambiente de recessão, de inflação crescente e ameaça de desemprego em massa.
A covardia está, não só na não responsabilização de quem gastou sem ter meios suficientes para isso, mas na escolha do segmento que pagará a conta dos desvarios governamentais: o trabalhador brasileiro.
Aumento de impostos, aumento de tarifas, aumento de imposto de renda e fim de direitos trabalhistas; esse é o receituário perverso do governo Dilma Rousseff, que aproveita o clima de instabilidade que ela mesma gerou para desequilibrar as contas do cidadão e, em milhares de casos, deixa-los desempregados – a Organização Internacional do Trabalho estima que o país aumentará seu numero de desempregados nos próximos três anos.
Para equilibrar suas contas e abocanhar cerca de 40 bilhões de trabalhadores e de empresas, o “Pacote de Maldades”, isenta o principal responsável; próprio governo, que não diminui suas despesas e busca ainda mais recursos de uma população exaurida para corrigir sua incompetência gerencial.
O numero de ministérios quase chega à casa das quatro dezenas, não se fala em corte de despesas, de contenção de gastos e muito menos de se desistir do excepcional e exponencial valor da publicidade oficial, que tenta nos fazer acreditar que o paraíso existe e fica no Brasil – pelo menos nas telas das propagandas oficiais.
Uma medida em especial – o veto presidencial à correção da tabela do imposto de renda em 6,5% – atingirá profundamente pelo menos 6,5 milhões de assalariados brasileiros e mais 7,5% milhões de autônomos. Ao justificar a medida, alegando que a correção significaria uma renúncia fiscal de R$ 7 bilhões, Dilma Rousseff confunde renúncia com apropriação, como explicou, brilhantemente, a jornalista Miriam Leitão.
Uma covardia e uma injustiça inaceitáveis, para quem passou a campanha alardeando representar os pobres contra a elite branca e privilegiada!
O governo não tem o direito de arrochar ainda mais os rendimentos dos brasileiros para pagar a conta de seus desmandos, para quitar a sua própria herança maldita, para cobrir os custos de sua reeleição para Presidência da Republica.
Não podemos pagar pelas despesas deles.
Solange Jurema é presidente do Secretariado Nacional da Mulher/PSDB