A crise financeira da Eletrobras voltou a derrubar suas ações na Bolsa, informa o jornal Folha de S.Paulo nesta quarta-feira (19/11). Só neste mês, os papéis preferenciais classe B da empresa acumulam queda de 25%. As ações ordinárias, com direito a voto, caem 15%.
A nova debandada dos investidores é estimulada, entre outros fatores, pela possibilidade de a empresa não distribuir dividendos aos seus acionistas pela primeira vez na história. Depois de registrar um prejuízo de R$ 2,7 bilhões no terceiro trimestre deste ano, o diretor financeiro e de relações com investidores da Eletrobras, Armando Casado de Araújo, admitiu a possibilidade de a empresa não pagar dividendos.
Analistas acreditam que esse cenário é bastante provável. “A Eletrobras pode ter perdas no quarto trimestre devido à sua exposição ao mercado de curto prazo. Se essas perdas consumirem as reservas, ela não deve declarar os dividendos prioritários para ações preferenciais”, alerta relatório do Citi.
Como os reservatórios das hidrelétricas continuam muito baixos, a empresa precisa comprar energia no mercado à vista, que tem preços mais altos, para garantir o abastecimento às distribuidoras. Só no terceiro trimestre, a Eletrobras gastou R$ 3,1 bilhões na compra de energia para revenda.
Caso o prejuízo da Eletrobras em 2014 se confirme, este será o terceiro ano consecutivo de perdas. Em 2013 e 2012, ela registrou prejuízos da ordem de R$ 6 bilhões.