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Petrolão desafia discurso moralizador da presidente, afirmam parlamentares do PSDB

petrobras3Encerrada a agressiva campanha petista pela Presidência da República, os holofotes voltam a se posicionar sobre a Petrobras, cenário de um dos casos mais rumorosos de desvio do dinheiro público já registrados na história do país. A exemplo do que fez durante o processo eleitoral, a presidente Dilma Rousseff insiste em desvencilhar sua imagem do escândalo da companhia e se apresenta como a principal interessada em elucidá-lo e punir cada um dos culpados. “Essa retórica não é novidade. Quero ver se, na prática, haverá essa determinação como está no discurso. Não acredito, mas espero”, afirmou o deputado federal  Izalci Lucas (PSDB-DF), que integra a CPI Mista da Petrobras. “Se ela não tentar impedir as investigações, já vai ajudar muito”, acrescentou nesta terça-feira (28).

Passadas as eleições, declarou o tucano, a comissão poderá se dedicar aos trabalhos da comissão e concluí-la antes do encerramento desta legislatura. “A sociedade espera uma resposta dos parlamentares. Temos todas as condições de evoluirmos, já que dispomos de uma fartura de provas e depoimentos”, disse Izalci. Além disso, não faltará empenho e diligência da oposição, assegurou o líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy (PSDB-BA). “Continuarei vigilante nas investigações dos desmandos ocorridos na Petrobras”, enfatizou

 CPMI continua investigação

A CPI Mista da Petrobras volta a se reunir nesta quarta-feira (29), a partir das 14h30, para tomar o depoimento do diretor de Abastecimento da Petrobras José Carlos Cosenza, que substituiu, a partir de 2012, o ex-diretor Paulo Roberto Costa no cargo.

Na semana passada, Cosenza não compareceu à oitiva após sofrer uma crise de pressão arterial, conforme atestado médico enviado à presidência da CPI mista. Na ocasião, senadores e deputados contestaram a veracidade do episódio e do documento emitido. “Não tenho dúvida de que é uma ação deliberada do Palácio do Planalto”, afirmou o líder Imbassahy.

O depoimento do diretor da companhia substituirá o do doleiro Alberto Youssef, que estava agendado para esta quarta, mas acabou sendo cancelado em decorrência do mal-estar sofrido por ele na carceragem da Polícia Federal no sábado (25), em Curitiba (PR).

Em função de uma síncope, perda rápida de consciência, o doleiro foi internado em um hospital da capital paranaense. Desde a deflagração da Operação Lava Jato, em março, quando a Polícia Federal o prendeu, Youssef precisou três vezes de atendimento médico.

De acordo com reportagem da última edição da revista “Veja”, o doleiro afirmou a investigadores da Polícia Federal e a procuradores do Ministério Público Federal, amparado pelo acordo da delação premiada, que a presidente Dilma e o ex-presidente Lula sabiam do esquema que teria sido montado na Petrobras para desviar recursos públicos e abastecer os cofres do PT e de legendas aliadas.

*Do PSDB na Câmara