O candidato à Presidência da República pela Coligação Muda Brasil, Aécio Neves, anunciou nesta quarta-feira (17/09), em São Paulo, uma série de medidas que se destinam às mulheres, nas áreas de segurança pública, saúde, trabalho e política habitacional. Aécio detalhou seus compromissos durante encontro com mulheres de várias faixas etárias e diferentes experiências de vida.
Ao conversar com as mulheres, Aécio se comprometeu a ampliar o acesso a exames de detecção do câncer de mama, construir mais creches e adotar uma política habitacional específica para as faixas de até três salários mínimos, que representa 40% dos lares brasileiros.
Aécio também afirmou que seu governo vai ter uma política de qualificação profissional parapermitir uma inserção cada vez maior da mulher no mercado de trabalho, estimulando, inclusive, o empreendedorismo.
Combate à violência
Durante o encontro, Aécio ouviu depoimentos, como o de Cristina Lopes, que contou sua história de vítima de violência doméstica. Aécio prometeu fortalecer o combate a esse crime.
“[Vamos] enfrentar a inaceitável violência contra as mulheres que persiste hoje, infelizmente, no Brasil. O governo federal não vai se omitir em relação a essa questão e vai ter um programa que vai apoiar os Estados a ampliar o número de delegacias das mulheres e vai cobrar a punição, e a punição efetiva, daqueles que promovem este tipo de violência”, afirmou o candidato .
Ao escutar o relato de Marisa Rita Riello Deppman, mãe de Victor Hugo Deppman, assassinado em abril de 2013, aos 19 anos, por um menor que estava prestes a completar 18 anos, Aécio ressaltou que o combate à violência e a questão de segurança pública são prioridades no seu programa de governo. Victor Deppman foi assassinado com um tiro na cabeça em frente a seu apartamento, na zona leste da capital paulista.
Mudanças
O candidato destacou a necessidade de aprovar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que permite que crimes graves cometidos por menores entre 16 e 18 anos sejam julgados com base no Código Penal, desde que autorizado pela Justiça. A proposta é de autoria do senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), vice na chapa da Coligação Muda Brasil.
Para Aécio, é fundamental ampliar o empenho no combate ao tráfico de drogas e de armas para coibir a violência nas cidades brasileiras. Ele afirmou que vai cobrar ações de governos de países vizinhos com os quais o Brasil mantém relações comerciais e que são conhecidos como porta de entrada de drogas e armas. Segundo ele, a produção de folha de coca pela Bolívia, por exemplo, equivale a quatro meses o consumo do produto no país. O restante pode ser enviado a outros países para a produção de drogas.
“No meu governo só vai haver relação com esses países se os governos assumirem responsabilidades em suas políticas internas”, ressaltou Aécio. Ele explicou que o Brasil tem um número grande de parcerias com os países vizinhos e não cobra em contrapartida nenhuma ação efetiva para coibir a produção de drogas que atravessa as nossas fronteiras.
Câncer de mama e creches
Além das ações em segurança pública, Aécio reiterou sua decisão de expandir o programa de prevenção do câncer de mama que já existe no Estado de São Paulo, chamado Mulheres de Peito. Durante o encontro, Aécio foi questionado sobre o assunto pela empresária Sônia Delfino, de 54 anos, que teve a doença detectada aos 42 anos. Ele destacou a importância de aumentar as ações de prevenção e disse que as 500 clínicas de especialidade que serão criadas em seu governo terão papel fundamental nesse processo.
Segundo o candidato, haverá diminuição da idade de 50 para 40 anos para as mulheres fazerem o exame de mamografia. “Essa ação preventiva é que vai impedir que continuemos a ter um índice hoje assustador, de dez mil mortes anualmente no Brasil, apenas por causa do câncer de mama.”
Durante o encontro, Aécio ouviu reclamações sobre a falta de creches nas cidades e lembrou que, na campanha de 2010, a então candidata presidencial Dilma Rousseff (PT) se comprometeu a construir seis mil unidades, mas entregou pouco mais de 400.
Luciane do Amaral, de 38 anos, contou que não consegue emprego porque não tem onde deixar as filhas gêmeas Eduarda e Heloísa, de oito meses. “Cheguei a trabalhar como auxiliar administrativa, mas tive que deixar o emprego, não tinha outro jeito”, disse ela.