#MaisMulherNaPolítica Entrevista: Marisa Deppman

Em 2013, um tiro roubou de Victor Hugo a vida aos 19 anos e deu para a mãe do estudante uma causa. Marisa Deppman será candidata a deputada federal nestas eleições e seu maior sonho é conseguir transformar a legislação para coibir a criminalidade e devolver à sociedade os valores perdidos, como o da vida. “Meu filho foi morto por um jovem de 16 anos por causa de um aparelho de celular e não tinha reagido ao assalto”, relembra. Na ocasião, o tema maioridade penal voltou à pauta, com polêmica.

Ao mesmo tempo em que defende a reforma jurídica, a mulher que hoje milita nesta área inclui nesse pacote de ideias para que a sociedade se sinta acolhida em seus anseios mudanças que interfiram positivamente na vida das pessoas. Para ela, sem acesso a direitos básicos, sem cidadania e sem políticas sérias de segurança não há como reduzir a criminalidade.

Marisa – Representa a continuidade da minha luta, após a tragédia do assassinato de meu filho. Depois de  vários contatos com os políticos da atual legislatura, percebi que eles pouco se importam com o que a sociedade clama, como no caso da violência, onde o povo pede medidas drásticas para coibir a criminalidade, enquanto eles se fazem de surdos. Então, vou entrar nessa luta para levar a voz do povo para dentro do congresso nacional. O descaso dos políticos para com o sentimento da sociedade me motiva, porque sinto que posso e devo mudar isso, o mandato parlamentar é pelo povo e para o povo, mas parece que nossos atuais legisladores esqueceram isso.

Marisa – Porque é um partido que apoia minha causa, bem como tem força e vontade política para mudar o que está aí.

Marisa – Até o momento recebi apoio para que pudesse entender melhor o processo político, a legislação, a arrecadação, a parte jurídica para a candidatura. Sinto que falta o partido aderir verdadeiramente a causa, participar e nos convidar a participar dos eventos políticos junto com nossas principais figuras, até para nos tornarmos mais conhecidos do povo nas mais diversas regiões do estado de São Paulo. Acredito que o partido deveria apostar mais nos novatos que tenham uma boa causa nas mãos, mas que precisam de uma ajuda para se tronarem conhecidos.

Marisa – Sim, é muito importante porque a mulher está muito mais ligada ao dia a dia das pessoas, tendo uma visão mais sensível da sociedade em que vivemos.

Marisa – Minha causa significa minha razão de viver. Mudar as leis penais, o ECA, diminuir a violência e ter um sistema jurídico que contemple a certeza da punição é o que busco. Não esquecendo que só isso não basta, é preciso dar condições sociais como saúde, educação, saneamento básico para a efetiva melhora do nosso meio social. Prometi ao meu filho Victor que faria algo para mudar o que está posto atualmente, e vou lutar muito para cumprir minha promessa.

Marisa – Sim, é minha primeira experiência como candidata. Minha visão política é a de congressistas que olham para seu próprio umbigo, esquecendo do povo que os colocou lá. Legislam para si ou para o partido em detrimento da vontade popular, se tornando tão dependentes do poder que fazem qualquer negócio para não perdê-lo. Isso tem que mudar, não dá mais para viver com corruptos que apenas buscam se locupletar pelo poder. Esse perfil de políticos e da política tem que acabar, o povo não aguenta mais isso, vejam as manifestações de junho de 2013.

Marisa – Políticos honestos, a recuperação dos valores morais, a vontade de trabalhar pelo povo e para o povo, o fim de toda e qualquer corrupção, do toma-lá-dá-cá. Creio que a reforma tributária seja urgente, assim como a reforma política e, claro, a reforma no sistema jurídico, em especial o penal.

Também acredito num governo no qual os cargos estratégicos sejam ocupados por técnicos, que conheçam a fundo do que vão cuidar e não por aliados políticos que buscam uma forma de enriquecer a si e ao partido que representam. Outra importante mudança é com pessoas que tenham vontade de trabalhar, que sejam exemplo de persistência e de dignidade. Se nossos candidatos eleitos chegarem a esse nível de excelência, com certeza teremos um Brasil muito melhor no futuro.