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Palavra de Mulher com a senadora Lúcia Vânia

Foto: Agência Brasil
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As pesquisas indicam que dentre as unidades da federação, Mato Grosso do Sul foi a única onde as candidaturas femininas alcançaram o patamar acima dos 30% legalmente previstos — 32,86% nas últimas eleições. Goiás, 9,02%, juntamente com Pernambuco, 7,87% e com a Bahia, 11,46%, está dentre os piores desempenhos do país. Em 2014, ainda não temos os números fechados.

Para além da questão da justa proporção, há o problema do “empoderamento”. E esse “empoderamento” das mulheres é necessário no processo de derrubada dos muros que as separam do espaço público e da plena existência de indivíduos autônomos.

Se compararmos com a situação de há 30 ou 25 anos, quando a participação feminina era quase nula, houve um avanço. Mas o ritmo desse avanço é lento, e estamos ficando para trás, nas comparações internacionais. A Argentina, por exemplo, tem 40% de seu parlamento ocupado por mulheres. Nós não chegamos nem aos 30% estabelecidos legalmente. Tais números nos dão a 146a posição num ranking sobre a participação das mulheres nos parlamentos em 192 países do mundo, conforme divulgado pela organização internacional União Interparlamentar.

Estudos têm indicado a importância que pode ter o fato de as mulheres ocuparem mais espaço na política. No Brasil, os benefícios derivados de um número maior de mulheres na política são reconhecidos por 7 em cada 10 brasileiros (DataSenado). Segundo os entrevistados, elas trariam mais honestidade na política (74%), mais compromisso com eleitores (74%), mais capacidade administrativa (74%), mais competência na política (75%) e maior autoridade no desempenho público (69%).

Bem, tudo isso suscita muita discussão, mas os dados estão aí. Vamos meditar sobre eles. Espero que, em 2014, nós possamos melhorar essa realidade.

Senadora Lúcia Vânia (PSDB/GO) Ouvidora-geral do Senado e jornalista

Publicado originalmente na edição de julho do Jornal Senado Mulher