Brasília (DF) – Deputados do PSDB defenderam nesta segunda-feira (2), durante reunião da CPI Mista da Petrobras, a criação de sub-relatorias no colegiado, além da quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico dos ex-diretores da Petrobras Paulo Roberto Costa e Nestor Cerveró, do ex-presidente da companhia José Sergio Gabrielli e do doleiro Alberto Youssef.
Os tucanos reforçaram a proposta de trabalho apresentada na semana passada pelo presidente nacional do partido, senador Aécio Neves. Para acelerar as investigações, ele sugeriu que os parlamentares focassem nos principais personagens do enredo de corrupção e propina que envolve a petroleira.
Nesta segunda-feira (2), o relator da comissão, deputado Marco Maia (PT-RS), apresentou sua proposta de plano de trabalho que prioriza as convocações do doleiro, de Costa e Cerveró. Gabrielli e a presidente da companhia, Graça Foster, foram excluídos da lista inicial do relator. Ele argumentou que os dois já prestaram esclarecimentos na CPI da Petrobras do Senado, formada exclusivamente por governistas.
Requerimentos
A partir das 14h30 desta terça-feira (3), os integrantes da comissão avaliarão o plano de Maia e começarão a votar os requerimentos. Dos mais de 500 apresentados à comissão, o relator elegeu 221 para serem votados em bloco.
O líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy (BA), destacou ainda a necessidade da quebra dos sigilos das empresas MO Consultoria, Labogen, Labogen Química e Piroquímica, citadas em investigações da Polícia Federal.
O tucano sugeriu também a convocação de dirigentes de fornecedoras da Petrobras e de Alberto Feilhaber. Ex-funcionário da estatal, ele se tornou um dos principais executivos da belga Astra Oil, que vendeu a refinaria de Pasadena (EUA) à companhia brasileira por, ao todo, US$ 1,249 bilhão.
“É importante que ele fale dessa coincidência. Por um longo tempo, atuou na Petrobras e detinha informações importantes sobre a estatal. Depois, seguiu para Astra e foi um dos gestores da negociação por Pasadena”, explicou o líder.
Refinarias
Imbassahy salientou que os membros da comissão também devem se concentrar nas investigações sobre as obras de construção de refinarias. Além da Abreu e Lima, em Pernambuco, que já é um dos eixos da CPI mista, ele destacou as polêmicas que cercam a Premium I, no Maranhã, e o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj).
“A unidade do Maranhão foi, inclusive, objeto de matérias jornalísticas em função dos elevados gastos já feitos nela – cerca de R$ 1,5 bilhão –, enquanto se vê ali apenas terraplanagem”, apontou o líder.
Suplente do PSDB na comissão, o deputado Izalci (DF) reforçou a importância da criação de sub-relatorias na CPI mista. “Num levantamento que fiz sobre as CPIs no Congresso e na Câmara pude verificar que as comissões que tinham sub-relatorias produziram bem”, disse. “Isso poderia melhorar bastante o rendimento dos nossos trabalhos”, acrescentou o parlamentar.
Maia alegou que, por enquanto, não há necessidade de dividir as investigações. “Vamos esperar mais um pouco para ver o andamento dos trabalhos”, afirmou.
Do Portal do PSDB na Câmara
Fonte: Rede45