A cada semana a grande mídia traz novas notícias, sérias e graves sobre a Petrobras. Como se não bastassem as inúmeras dúvidas que pairam sobre a compra da Refinaria de Pasadena, em 2006, há alguns dias se noticiou um saque de 10 milhões de dólares, efetuado junto à corretora MF Global sem o devido registro, e, sobretudo, sem a indicação da destinação do dinheiro e do autor do saque.
Considero que o fato divulgado pela imprensa corrobora e reforça o acerto da decisão da ilustre Ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal, que determinou a instalação imediata da CPI da Petrobras. A população brasileira espera que todos os fatos divulgados sejam apurados de forma ampla e completa, sem deixar dúvidas sobre o que aconteceu nas gestões passadas da maior empresa brasileira.
Como já falei em pronunciamento no Plenário do Senado Federal, considero que a questão de Pasadena – e também a da refinaria de San Lorenzo, na Argentina, os atrasos no Comperj, Abreu e Lima e o alto grau de endividamento da Petrobras, e os impostos pelos equívocos cometidos pela política tarifária do governo são temas que não devem e nem podem ser politizados.
A política imposta pelo Governo à Petrobras tem levado a que a empresa promova desinvestimentos movidos muito mais pela necessidade financeira do que para fazer bons negócios.
Precisamos esclarecer os fatos e oferecer uma resposta à população brasileira a respeito do que vem acontecendo devido aos desmandos na Petrobras. Com a definição dos nomes dos parlamentares que vão integrar a CPI da Petrobras, a expectativa é de que até a próxima terça-feira os trabalhos da comissão sejam iniciados.
Salvemos essa empresa que foi construída com o esforço de muitas gerações de brasileiros, e que tem um papel estratégico a cumprir em favor daqueles que construirão o Brasil que queremos para o futuro: um país próspero, socialmente justo e economicamente desenvolvido.
*(Lúcia Vânia, senadora, ouvidora-geral do Senado e jornalista (PSDB-GO)
Artigo publicado originalmente no Jornal Diário da Manhã, em 03 de maio de 2014.