Opinião

“Nem a pau, Juvenal!”, por Tieza Lemos Marques

Tieza--300x196.jpgQuando Ruth Cardoso idealizou e o presidente Fernando Henrique Cardoso instituiu o programa Bolsa Escola – o primeiro programa de transferência de renda do governo federal –, o PT, oposição, “caiu de pau”. “Caiu de pau” como fez com o Plano Real: o maior programa de inclusão social da história deste país porque derrotou a inflação; como fez com a Lei de Responsabilidade Fiscal, bem dura e pesada para quem tem a mão leve; como fez com as privatizações que, aliás, vem adotando desenfreadamente com formato e finalidades muito duvidosas. Enfim, votava contra e “caia de pau” em todas as grandes ações de desenvolvimento econômico e social que o governo do PSDB apresentava. Inveja e falta de competência, certamente.

Veio a era Lula, e com ela a corrupção sem precedentes na história brasileira! Pegaram então o “menino” que começava a andar, e deram outro nome prá ele: “Bolsa Família”. Disseram que era gente nova e que tinha acabado de nascer, de nascer deles. Mentira! Mas mentira que “colou” facilmente porque os verdadeiros criadores do programa Bolsa Escola, que depois desandou para Bolsa Isso, Bolsa Aquilo, Bolsa mais Aquilo, nunca reclamaram a autoria da criação como deveriam, o que facilitou trocar o nome e a roupa do garoto e exibi-lo como seu.

Mas, isso são águas passadas! Hoje, o que move o debate e a indignação, é que desvirtuaram o programa e continuaram se aproveitando dele sem qualquer constrangimento. “Venderam e vendem” o Bolsa Família como o suprassumo da inclusão social e como se fora fruto de suas mentes alopradas, muitas delas bem deturpadas. Fazer o quê; eles são assim mesmo! Tem gente deles que acredita até que foi esse tal partido que criou o fogo, a terra, o ar, o mar e tudo que gravita no Universo. Fazer o quê!!!

Mas o programa é bom; e é bom porque foi concebido com boa perspectiva emancipatória! Ora, e se é assim tão bom, então por que não “transformá-lo em política de estado, em ação de assistência social”, propôs o PSDB, através do senador Aécio Neves. “Vocês estão doidos?” esperneou o partido dos mensaleiros. “Vocês acham que vamos entregar 14,1 milhões de famílias e seus eleitores assim, de bandeja? Será que vocês não entendem que eles são a parte mais nobre do nosso projeto de poder? PSDB: se toca; nem a pau, Juvenal!!! bradaram eles.

Então, minha gente, é bem possível que o PLS 448/2013, que propõe transformar o Bolsa Família numa política de Estado, para garantir a sua continuidade, independente do partido que estiver no poder, morra ao nascer. E mais: é certeza que vão usar – e abusar – do Bolsa Família e de seus beneficiários como bandeira também nesta eleição e, desta vez, fincada no telhado precário do Minha Casa Minha Vida, agora, com móveis, eletrodomésticos e tablets adquiridos com o Minha Casa Melhor, todos bastante vulneráveis às chuvas e trovoadas.

Na verdade mais um “enganograma”, ou seja, mais um programa criado para mascarar uma economia que atravessa grande adversidade e que se distancia cada vez mais das boas práticas de gestão fiscal, essenciais para manter a confiança do mercado.

O Bolsa Família como política de Estado? Nem a pau, Juvenal!

*Tieza Lemos Marques é assistente social aposentada, jornalista, radialista, vereadora pelo PSDB em Araçatuba – SP; integrante do movimento de mulheres do PSDB