Opinião

2014 ano decisivo, por Dell Santos

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Amigas de todo o Brasil,

Escrevo esse primeiro do texto de 2014 para lembrá-las de que estamos num ano fatídico, decisivo. Muitos têm reiterado, nos últimos anos, a importância que tem a alternância de poder no processo de consolidação da democracia. E o Brasil não foge à regra. Embora não tenhamos, aqui, caído nas “barbas” de governantes linha dura como ocorreu em alguns de nossos vizinhos latinos, nunca é demais lembrar que já estamos no terceiro mandato presidencial de um único partido, o que certamente pode “asfixiar” o processo de amadurecimento de nossa democracia, que ainda se encontra em tenra idade.

Por anos tivemos de conviver com rótulos indesejáveis, como o de sermos um partido que não representa o grosso da população brasileira, mas apenas alguns grupos. Ninguém nunca negou, no entanto, que os avanços que podem ter havido com o poder sob as mãos do partido que agora comanda o país começaram quando nós o comandávamos, ainda na era FHC. Sem a estabilização econômica certamente não existiriam os programas sociais de hoje. Nunca é de mais lembrar o Bolsa Escola, lançado por Fernando Henrique Cardoso. Não podemos contestar que o país melhorou em vários aspectos nos últimos anos. No entanto é fato que poderia ter melhorado muito mais, fato esse que é constantemente apontado pelos veículos de comunicação, diuturnamente. Amigas, quem foi que disse que se o PSDB estivesse no poder nós não teríamos dado impulso a programas sociais? Quem foi que disse que não lutaríamos por mitigar as diferenças ainda gritantes entre as regiões do país? Quem foi que disse. O PSDB sempre foi um partido fortemente engajado na luta por um país mais justo, e isso abarca tanto a consolidação democrática pela qual lutamos com Mário Covas, Franco Montoro, Fernando Henrique, José Serra e muitos outros. E tal luta se torna inócua, desnuda de sentido se não trouxer uma proposta de solução para as questões sociais em seu bojo. Nosso partido sempre foi ciente disso, e quando dão enorme proporção a alguns programas sociais lançados pelo PT esquecem de contemplar com igual atenção os nossos programas, como o Bom Prato, de São Paulo, que alimenta tantos moradores de rua, tantas pessoas socialmente marginalizadas.

O discurso do PT consiste em trazer à tona discussões ideológicas que, embora válidas academicamente, não parecem repercutir na prática política e administrativa com que nos deparamos em nosso país. Os emblemas, as cores, os posicionamentos ideológicos (esquerda, centro, direita) parecem não repercutir de modo tão fiel na prática. Esse partido, que tem como projeto instaurar-se por décadas no poder, orgulha-se de possuir uma cor vermelha, a palavra “trabalhadores” em seu nome, como se isso já fosse o suficiente para garantir que ele e nenhum outro partido representam os anseios do grosso da população, do “povão”. Puro engodo, uma vez que para se manter no poder cede a interesses os mais escusos, alia-se com setores nefastos, inclusive da extrema direita, logo ele, PT, que diz ter ojeriza à direita, patrocina interesses contrários aos interesses do “povão” que ele diz defender, fazendo algo que lembra o que o direito chama de “tergiversação”, que é quando um advogado defende as duas partes que estão brigando na justiça.

Nós, o PSDB, sempre tivemos uma cara muito própria. Temos clareza de propósito e não nos contentamos em dizer simplesmente que o país não andou para trás sob nossa administração. Sempre optamos por escolher bons gestores, que conciliem de forma eficiente todos os indicadores econômico-sociais do país. O PT se contenta em dizer que o país não retrocedeu e que a parte mais pobre melhorou um pouco. Eles acham que pobre se contenta com pouco. Não é o que nós pensamos. Vemos, hoje, a inflação voltar a dar as caras, a nova classe média se deparar com dívidas assumidas enquanto o governo “fazia sua farra” em relação ao déficit público, e para o governo está tudo normal. Eles tentam ludibriar nossa população. Gastaram muito além do que podiam, “fizeram a festa” com as contas públicas, através da sua má gestão e da sua corrupção sem limites, e com isso, com esse déficit, sustentaram alguns programas sociais. O que a população menos advertida não entende é que não adianta apenas o governo implementar programas sociais. Se ele não gerir bem seus gastos, esses gastos não podem se “alongar” no futuro. Funciona assim: a geração de hoje recebe um incentivo governamental, mas, devido à má gestão dos gastos públicos, as próximas gerações terão que pagar a conta, com redução de programas sociais, aumento do desemprego, etc. O governo funciona tendo que equilibrar suas contas. Se hoje arrecada mais do que gasta, amanhã, nas próximas gerações, gastará mais do que arrecadará. Ao contrário, se hoje o governo gasta mais do que arrecada, como é o caso do PT, amanhã terá que arrecadar mais e gastar menos. Mas o PT não se importa com isso. Engana nosso povo, parecendo fazer mágica, e não o adverte de que as próximas gerações pagarão a conta, até porque o intervalo entre uma geração e outra costuma ser no mínimo de vinte anos, tempo suficiente para eles se deleitarem no poder e, depois desse tempo, deixarem a “bomba” nas mãos do partido que os suceder. Espertos, não?

Bom, desculpem se me alonguei um pouco demais em assuntos econômicos, mas a economia é uma das principais coisas para o bem estar de nosso povo. Temos poucos meses para reverter esse projeto do PT de permanência ininterrupta no poder. Nosso candidato é um político capaz, carismático e pertence a uma família que logrou vários pontos na luta pelo fim da Ditadura Militar. Aécio Neves conta com o inegável apoio de Minas Gerais, o segundo maior colégio eleitoral do país, e isso somado ao fato de termos uma forte presença em São Paulo, o maior colégio, já conta muito na corrida presidencial. Não podemos, no entanto, nos iludir. Temos que ter a clareza de que eleição nunca é coisa fácil, muito menos quando uma das partes luta pela reeleição, já estando no poder e podendo manipular dados. Há também a tendência de certa “acomodação” do eleitorado, que por vezes pensa de modo pessimista, sabendo que não está vivendo no melhor dos paraísos, mas que a coisa poderia ser ainda pior. Parece que quando há reeleição já há certa vantagem para quem tenta se reeleger. E é por isso que digo, amigas, a tarefa não é fácil e requer empenho diuturno até o dia das eleições. Temos de mostrar ao povo que não poderia ser ainda pior, mas que, com certeza, será muito melhor!

É isso. Vamos começar o ano com empenho, dedicação e força! Ânimo, fôlego, perseverança são as palavras-chave! E vitória será o resultado!

Dell Santos é Coordenadora de Eventos do Secretariado Municipal de Mulheres PSDB-SP