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Curso de política para as mulheres defende políticas de gênero

foto 1Salvador – “Durante muitos anos as mulheres ficaram no espaço da casa e da família, enquanto que os homens estavam no espaço do trabalho e do poder”. A afirmação foi feita pela presidente nacional do PSDB Mulher, Solange Jurema, para demonstrar que hoje há oportunidade para a entrada das mulheres na política e elas precisam ir disputar cargos nas eleições de 2014. O partido deve eleger governadoras, senadoras, deputadas federais e estaduais, concluiu Solange.

A presidente do PSDB Mulher defendeu a ideia durante o curso “Empoderamento Político para Mulheres realizado, em Salvador, numa parceria com a Fundação Konrad Adenauer no Brasil.
O objetivo do curso, que já foi oferecido no Rio de Janeiro e São Paulo, é fornecer aprendizado às lideranças femininas interessadas em aperfeiçoar os conhecimentos na área política, além de discutir políticas de gênero, sociais e econômicas. O evento, encerrado nessa quarta (13) reuniu cerca de 100 mulheres. Durante dois dias elas ouviram palestras de especialistas em política partidária, pesquisas de opinião e conjuntura econômica do país.

Para a ex-ministra do Planejamento e ex-governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius, “os partidos políticos precisam ser ajudados a entender a linguagem das mulheres. É fundamental um movimento como o PSDB Mulher para transformar o jeito de fazer política”.

A socióloga e especialista em pesquisa de opinião pública, Fátima Jordão, alertou que os atores políticos necessitam ver o processo eleitoral pela ótica de gênero. “O topo da hierarquia dos partidos escolhe os candidatos homens, mas são as mulheres que estão decidindo as eleições e são elas que levam para a pauta política os problemas do cotidiano, como saúde, educação, creches”.

Já o cientista político da Universidade Federal da Bahia, Cláudio André Souza, disse que o momento político exige a inclusão das mulheres como candidatas, não apenas como eleitoras. E concluiu: “o momento é de reforma política. Os partidos precisam traduzir isso em propostas”.

Uma das palestras que mais entusiasmou as participantes foi a da desembargadora do Tribunal de Justiça da Bahia, Luislinda Valois. Foi a primeira negra a exercer o cargo de magistrado no Brasil e a primeira a proferir uma sentença contra o racismo no país. Luislinda afirmou que se a mulher é discriminada, mais ainda a mulher negra. Ela cobrou políticas de educação para os alunos de escolas públicas que não têm condições de competir com estudantes da rede privada no acesso à formação superior.

O representante da Fundação Konrad Adenauer, Felix Dane, ressaltou a importância do trabalho do PSDB Mulher para a formação política das mulheres, no Brasil, para o desenvolvimento de políticas de gênero em âmbito nacional e regional.

Dinâmica de grupo

Sob a coordenação de Tânia Ribeiro e Luciana Loureiro, da executiva do PSDB Mulher nacional, as participantes do curso foram submetidas a uma dinâmica de grupo onde puderam expor aflições e propostas para melhorar a vida das mulheres. Nas discussões as baianas apresentaram como maiores preocupações o combate à violência, o racismo, a saúde , a educação e assumiram o compromisso de implementar políticas públicas de gênero no Estado.

Ao final, a presidente do PSDB Mulher nacional, Solange Jurema, reforçou que “política se faz com amor, paixão, mas também com organização”.