É possível ter uma ideia do que isso significa? Leio a notícia inteira e faço contas…é uma guerra perdida! Leio de novo e vejo que não são só as mulheres….as meninas também estão sendo gravemente, irrecuperavelmente, agredidas na faixa de 10 a 14 anos. A minha angústia cresce quando percebo que nada farei até que termine os dez minutos que gasto no computador para organizar essa minha indignação e antes que os novos dez comecem e mais mulheres comecem a ser espancadas de novo…
Não sei por onde começar… mas sei que algo precisa ser feito. Não adianta entregarmos relatórios para a Presidente, não adianta sabermos quantas mulheres são agredidas por minuto… se não fizermos alguma coisa para ajudar na transformação dos homens, não vai haver paz para as mulheres.
A reportagem de página inteira do Jornal fala das agressões do marido, do companheiro, do abusador, mas não traz em nenhum momento um questionamento ou análise sobre esse comportamento masculino irascível e antinatural. A socióloga que contribuiu para a matéria apenas esclarece as estatísticas, atribuindo o aumento da violência às denúncias das mulheres. O agressor é tratado como se fosse uma catástrofe da natureza: inevitável. O que fazer com um homem, pai de família, que não hesita em furar os olhos da companheira porque tem ciúmes dela com a família ou com o celular? O que fazer com um homem que ataca a socos e quebra o nariz da mulher numa festa diante de todos?
“A cada hora, sete surras” é a manchete.
Precisamos cuidar dos homens. Por onde começar?
Sandra Quezado
Presidente do PSDB-MULHER/DF