Diferente de um movimento conservador, onde muitos gostariam de estar com os poucos que se manifestam, nas manifestações liberais, há muito mais facilidade de chamar multidões. O que percebemos é que vivemos um momento de democracia, de maior liberdade de expressão.
É muito difícil interpretar uma manifestação, e há algo totalmente novo no ar. Não há manifestações a favor, elas são contra. Ponto.
Nesta, em que estamos participando e assistindo, os argumentos estão mais fortes do que os fatos. Se o estopim foi comprado por R$0,20 é porque há muita pólvora.
No dia-a-dia percebemos a indignação crescente na população e da indignação finalmente surgiu a ação. Como vivemos em democracia, o movimento se avolumou rapidamente, pois ali cabem as mágoas de todos.
É difícil analisar algo tão novo. Realmente não aparece um líder e eis aí a grande questão, pois, com ferramentas velhas não dá para analisar o que está acontecendo. Internet é simplesmente a ferramenta, não é liderança.
Se acabar em nada, será como um grito na escuridão. Independentemente de lideranças, é preciso divulgar, propor, integrar as diversas tribos do bem, colocar propostas e encontrar um caminho.
O que queremos? Algo novo? Certamente. Porém, não existe o novo sem história. Sendo assim, torna-se fundamental analisar as Instituições que foram tão caras para construir. É preciso separar o joio do trigo.
Os três poderes estão fragilizados, isto é fato.
Não precisamos salvar heróis, mas precisamos separar, com critério, o que há de bom nesta estrutura corroída. É preciso somar, propor, acreditar, criar hábitos, monitorar as atitudes do jeitinho brasileiro. É preciso dar lastro ao que realmente sustenta a democracia.
O movimento não pode acabar no vazio, no extremismo.
É preciso ser brasileiro de verdade. Mais do que isto, sermos capazes de enxergar que estamos juntos neste grande barco, chamado Brasil.
Temos as luzes, falta escolher o caminho a ser iluminado.
Naufragar não será para um, será para todos.
*2ª vice-presidente do PSDB-Mulher