Ainda está na memória dos brasileiros o episódio dos “aloprados” do PT, que, nas eleições de 2006, foram flagrados em um hotel de São Paulo tentando “armar” contra a candidatura de José Serra à Presidência da República. Naquele momento, o país conheceu um pouco mais do método escuso e atabalhoado dos petistas para enfrentar adversários no pleito eleitoral.
Passados tantos anos a nação assistiu, entre surpresa e estarrecida, mais um ação tipicamente aloprada dos petistas no governo Dilma Rousseff, com o caso do Bolsa Família, um enredo grotesco e digno das chanchadas da Atlântica, não fosse um assunto sério e que interessa diretamente a milhões de brasileiros.
A Caixa Econômica Federal (CEF) errou e errou feio ao antecipar o pagamento do beneficio do Bolsa Família sem avisar aos interessados ou a mídia. Não só isso, a CEF mentiu e sonegou informações, ao que parece, ao próprio governo federal. Tentou esconder seus erros numa atitude infantil, de moleque pego em flagrante e que tenta esconder dos pais o mal feito.
Não são dignos do cargo que ocupam porque comprometem a seriedade de uma instituição e seu qualificado corpo funcional, que não pode ser responsabilizado e nem desmoralizado por essa verdadeira molecagem – esse é o resultado aparelhamento petista da máquina do Estado em que a carteira de petista vale mais do que sua competência e moral para o cargo que exerce.
Mas os dirigentes da Caixa não agiram sozinhos na chanchada dos aloprados petistas. Contou com a participação, em cena, de uma ministra de Estado, Maria do Rosário, que de maneira leviana e irresponsável, acusou a oposição de ser a responsável. Se mostrou pequena para o cargo que ocupa e sorrateira ao usar a sua visibilidade social para tentar denegrir a imagem dos partidos de oposição.
A ministra contou, ainda, com o protagonismo do ministro da Justiça, o petista José Eduardo Cardoso, que também esqueceu suas obrigações institucionais e disse que tratava-se de uma “ação orquestrada” e colocou a Polícia Federal à procura das “pessoas que vieram fazer o mal”, os “vândalos”, nas palavras do ex-presidente Lula…
Não precisa ir tão longe, ministro da Justiça. Os malvados do presidente Lula estão dentro da própria Caixa Econômica, quadros históricos do PT, ocupando cargos importantes na direção do banco estatal.
São eles os responsáveis pelo “terrorismo eleitoral” explicitado pelo Presidente nacional do PT, o jornalista Rui Falcão, que há muito esqueceu um dos princípios básicos do jornalismo, o de se bem informar para informar ao povo.
A chanchada patrocinada pelo PT e o governo federal contaram com a participação especial da presidente Dilma Rousseff que, no embalo das lambanças iniciadas com a CEF, disse que se tratava de uma ação de pessoas que cometeram um “ato desumano e criminoso”…
Nisso, a presidente tem razão: são desumanos e criminosos todos aqueles que zombam dessa maneira da população mais carente do pais, aquelas que se abrigam no guarda-chuva do Bolsa-Família para sobreviver e garantir o monopólio eleitoral do PT. Ação social, é bom lembrar, que um dia o então opositor se referia como “migalhas” concedidas para os poderosos de plantão se perpetuarem no Poder – sábias palavras.
A presidente Dilma Rousseff tem a caneta na mão. Já se sabe quem são os responsáveis, “os boateiros”, os “terroristas eleitorais”, os “orquestrados”, os “malvados”, os “desumanos e criminosos”, os “vândalos”, todos encastelados na sinecura dos cargos da Caixa e no seu ministério.
Ou, então, ela pode fazer como a sua ministra do Desenvolvimento Social, Tereza Campello, que preferiu, em plena crise, pegar um avião e viajar de férias para a Disney World – pelo menos lá a presidente e sua “preocupada” ministra poderão de fato participar de cenas hilárias com os patetas, camundongos e monstros sem prejudicar o povo brasileiro.