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2022: ELEIÇÕES MARCADAS PELOS EXTREMOS

O ano de 2022 foi marcado por eleições gerais e por um ambiente político cada vez mais polarizado pelo discurso “nós X eles”. Na disputa mais acirrada desde a redemocratização do país, Lula derrotou Jair Bolsonaro nas urnas e foi eleito presidente da República pela terceira vez. Ainda assim, as tensões políticas levaram manifestantes a promover um quebra-quebra na capital federal, em protestos que viriam a tomar proporções nunca antes vistas no ano seguinte. O ano também foi de perdas para o PSDB, que abriu mão de lançar candidato próprio à Presidência e viu sua bancada diminuir consideravelmente após as eleições.

Brasil

Atos antidemocráticos

A campanha eleitoral de 2022 foi acirrada e marcada por momentos emblemáticos e manifestações antidemocráticas. Em reunião com embaixadores de vários países, o presidente Jair Bolsonaro usou o Palácio da Alvorada e a estrutura do governo para questionar o processo eleitoral e atacar o rival Lula e ministros do Supremo Tribunal Federal. Já em setembro, o Bicentenário da Independência foi marcado por atos em tom de campanha eleitoral do então presidente, que chegou a puxar um coro de “imbrochável” em meio ao desfile cívico-militar em Brasília. O coração de Dom Pedro I, conservado há 187 anos, foi trazido ao Brasil de Portugal para as comemorações.

Em defesa da democracia

Em agosto, um ato em defesa da democracia e do sistema eleitoral brasileiro reuniu milhares de pessoas, além de empresários, juristas, artistas, movimentos sociais e sindicais, na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo.

Câmara aprova ‘PEC Kamikaze’

A menos de três meses das eleições presidenciais, a Câmara dos Deputados aprovou uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que contornava a legislação a fim de permitir ao governo conceder uma série de benefícios sociais, como o aumento do valor do Auxílio Brasil, ampliação do Vale-Gás e a criação de um “voucher” para os caminhoneiros. De acordo com o texto, todos os benefícios acabariam em dezembro, segundo mês após a eleição.

Combate às fake news e violência política

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) fechou uma parceria com as plataformas digitais para combater a desinformação e a disseminação de notícias falsas que pudessem atingir as eleições de outubro. Integraram o acordo Twitter, TikTok, Facebook, WhatsApp, Google, Instagram, YouTube e Kwai. A Corte também criou um núcleo de inteligência para combater a violência política de gênero.

Parlamentares X Armas

Após descumprir medidas de prisão domiciliar, o ex-deputado federal Roberto Jefferson desrespeitou ordem de prisão do STF e atacou policiais federais com um fuzil e granadas. Dois agentes foram feridos por estilhaços, sem gravidade. Já um dia antes do segundo turno das eleições, a deputada federal Carla Zambelli (PL) sacou uma arma e apontou para um homem no meio da rua nos Jardins, área nobre de São Paulo, após discussão motivada por política.

Lula é eleito presidente da República

Após um primeiro turno onde os candidatos à terceira via tiveram uma votação inexpressiva, Lula e Jair Bolsonaro foram para o segundo turno, escancarando a polarização política do país. Na disputa mais acirrada desde a redemocratização do país, o dia 30 de outubro de 2022 se tornou um marco para a política brasileira com a vitória da chapa de Lula e Geraldo Alckmin (PSB), com 50,90% dos votos (60,3 milhões) contra os 49,10% de Bolsonaro (58,2 milhões de votos). Aos 77 anos, o petista assumiu um inédito 3º mandato.

Manifestações pró-Bolsonaro

Após a vitória de Lula nas urnas, manifestantes pró-Bolsonaro bloquearam trechos de estradas em 22 estados e começaram a estabelecer acampamentos em frente a Quartéis-generais (QGs) do Exército Brasileiro, pedindo por intervenção militar. Em dezembro, apoiadores radicais do então presidente cometeram uma série de atos de vandalismo em Brasília, ao tentarem invadir prédio da Polícia Federal e incendiarem carros e ônibus.

Fim da emergência de saúde pública

Apesar de controlada, a pandemia de Covid-19 continuou a causar impactos em todo o país em 2022. A ômicron, nova variante do coronavírus, aumentou o número de casos da doença no Brasil no início do ano, após dois anos de pandemia. Em abril, porém, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, anunciou o fim da emergência de saúde pública em decorrência da pandemia. O anúncio da Organização Mundial da Saúde (OMS) veio em maio do mesmo ano.

Desabamento no Capitólio

Um passeio pelo Lago de Furnas, em Capitólio (MG), onde as rochas chegam a mais de 20 metros de altura, terminou em tragédia em janeiro. Um deslizamento de pedras atingiu quatro embarcações, com pelo menos 34 pessoas. Dez pessoas morreram e dezenas ficaram feridas.

Tragédia em Petrópolis

As chuvas intensas que caíram sobre o município de Petrópolis, no Rio de Janeiro, causaram deslizamentos em morros e encostas, quedas de casas e prédios. De acordo com a Defesa Civil, esse foi o maior desastre da história da cidade. Mais de 230 pessoas morreram, e outras seguem desaparecidas.

Candidaturas femininas

Foi promulgada pelo Congresso Nacional a Emenda Constitucional 117/2022, que incluiu na Constituição regras para candidaturas femininas. A emenda é resultante da PEC 18/2021, aprovada pelo Senado em 2021 e pela Câmara em março de 2022. Uma das principais determinações é a aplicação de percentuais mínimos de recursos do fundo partidário nas campanhas de mulheres e em programas voltados à participação delas na política.

Denúncias de assédio sexual derrubam o presidente da Caixa

O presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, pediu demissão do cargo após se tornar alvo de denúncias de assédio sexual. Funcionárias do banco relataram abraços em contextos constrangedores e toques em partes íntimas. Ele é investigado pelo Ministério Público Federal (MPF).

Morte de Bruno Araújo e Dom Phillips

O assassinato do indigenista Bruno Araújo Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips ganhou repercussão nacional e internacional. Eles foram mortos durante uma viagem na terra indígena do Vale do Javari, no Amazonas, palco de desmatamento e do avanço do garimpo. Ambos eram conhecidos por defender os indígenas e a Amazônia de atividades criminosas.

Prisão do ministro da Educação, Milton Ribeiro

O então ministro da Educação Milton Ribeiro foi preso pela Polícia Federal (PF) no dia 22 de junho, junto com outros dois pastores. Os líderes religiosos eram suspeitos de operar um “balcão de negócios” no Ministério da Educação (MEC) e na liberação de verbas do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação).

Rosa Weber assume Presidência do STF

Em setembro de 2022, a ministra Rosa Weber tomou posse na Presidência do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Ela é a terceira mulher a ocupar o mais alto posto do Poder Judiciário brasileiro, ao qual chegou após 46 anos de carreira na magistratura.

Congresso promulga ‘PEC da Transição’

O Congresso Nacional promulgou no fim do ano a chamada PEC da Transição. O texto elevou o teto de gastos para que o governo Lula pudesse manter a parcela de R$ 600 do Bolsa Família (atual Auxílio Brasil) e financiar outros programas sociais a partir de janeiro de 2023.

 

Mundo

Guerra Rússia X Ucrânia

Em 2022, depois de décadas de paz em solo europeu, a invasão da Rússia à Ucrânia deixou o mundo em alerta. No dia 24 de fevereiro, a Rússia invadiu de uma só vez leste, norte e sul da Ucrânia e deu início ao maior êxodo do século 21 — milhares de ucranianos fugiram dos bombardeios e buscaram refúgio em outros países. A primeira guerra entre nações europeias neste século desestabilizou as relações internacionais e a economia mundial.

Atentado contra Cristina Kirchner

Em setembro, um brasileiro de 35 anos apontou um revólver calibre 38 para a cabeça da vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, quando ela saía de sua casa em Buenos Aires. Ele chegou a disparar, mas a arma falhou na hora do tiro e o homem foi detido por apoiadores de Cristina.

Troca-troca de primeiros-ministros na Inglaterra

Em 2022, a Inglaterra teve nada menos do que três pessoas ocupando o cargo de primeiro-ministro. Após Boris Johnson, que estava há quase três anos no poder, não resistir a uma série de escândalos e renunciar em julho, Liz Truss foi escolhida como substituta, mas governou por apenas 45 dias após perder apoio ao anunciar um pacote econômico considerado desastroso. O multimilionário Rishi Sunak, descendente de indianos e ex-ministro das Finanças do país, assumiu o cargo. Ele é a primeira pessoa de origem asiática a chefiar o governo.

Morte da Rainha Elizabeth II

A rainha Elizabeth II, do Reino Unido, morreu em setembro aos 96 anos no Castelo de Balmoral, na Escócia. Ela foi a mais longeva monarca britânica da história, ocupando o trono por 70 anos. O funeral durou 4 dias e reuniu centenas de chefes de Estado estrangeiros, além de membros da realeza britânica e centenas de milhares de súditos. Desde então, seu filho, o Rei Charles III assumiu o trono do Reino Unido e de outros 14 países que têm o monarca britânico como chefe de Estado.

Itália elege primeira premiê mulher

Giorgia Meloni foi empossada como a primeira mulher no cargo de primeira-ministra da Itália em outubro, ao lado de sua equipe de gabinete, dando ao país o governo mais direitista desde a Segunda Guerra Mundial.

Suprema Corte dos EUA tem juíza negra pela primeira vez

Após uma votação histórica no Senado dos Estados Unidos, a Suprema Corte do país acolheu sua primeira juíza negra. Ketanji Brown Jackson, indicada pelo presidente Joe Biden, assumiu uma cadeira e aumentou o número de juízes progressistas no tribunal.

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