Em sabatina promovida pelo UOL e a Folha de S.Paulo nesta segunda-feira (26/9), a senadora e candidata a vice-presidente da República Mara Gabrilli (PSDB-SP) falou sobre os desafios da campanha eleitoral nessa reta final, ao lado de Simone Tebet em uma chapa histórica e 100% feminina, e destacou o trabalho desempenhado pelo Secretariado Nacional da Mulher/PSDB, comandado pela presidente nacional Yeda Crusius, na capacitação de mulheres para a política.
Para a tucana, o incentivo à representatividade feminina nos espaços de poder engrandece o PSDB.
“Tem uma coisa que eu admiro muito no PSDB que é o PSDB-Mulher, que poucos falam. O PSDB-Mulher, através da Yeda Crusius na presidência, fez todo um trabalho de qualificação de mulheres para que a gente tenha mais mulheres em cargos de poder, mais mulheres dentro do Congresso”, disse.
“Não só de qualificação, mas cursos de ciência política, de liderança, preparando essas mulheres. É um outro caminho que a gente pouco vê, mas que vem acontecendo e faz o PSDB engrandecer”, considerou.
“Várias mulheres foram desistindo da corrida a candidaturas, candidatas a deputadas estaduais, federais, senadoras, porque passaram em cima do dinheiro das mulheres. Os 30% que deveriam ser reservados às mulheres não estão sendo respeitados, do Fundo Eleitoral. O recurso acabou virando o preponderante para tomar decisões”, lamentou.
“Infelizmente, as políticas públicas passam a ser menores. Por isso seria bom a gente acabar com esse presidencialismo de coalização, mas que a Simone está chamando, e isso está no nosso programa de governo, de presidencialismo de conciliação. Para isso, a gente precisa de diálogo, coisa que tem faltado muito no Congresso”, acrescentou ela.
Desserviço para o Brasil
A candidata a vice-presidente da República também classificou o movimento pelo chamado ‘voto útil’, capitaneado pela campanha do ex-presidente Lula na tentativa de se eleger em um eventual primeiro turno, como um “desserviço para o Brasil”.
“Eu não vejo esse voto como voto útil, eu acho inútil. É inútil para o Brasil votar no menos pior. É inútil para o Brasil não olhar para trás. A gente tem exemplos de Brasis que a gente já viveu. É uma opção baseada no medo, naquele que você não quer”, ponderou.
“O que está acontecendo no país é que muita gente está pensando em eleger com medo, e não com o coração. Vejo isso com muita tristeza”, pontuou a senadora. “[O voto útil] é um gesto de desrespeito e desdém à democracia, ao conhecimento. Isso está acontecendo, também, fruto desse momento inflamado que a gente está vivendo”, avaliou.
Mara Gabrilli também criticou a polarização política extrema que tem levado ao aumento de casos de violência relacionados à política.
“O responsável por essa escalada [da violência na] política tem sido nosso presidente da República, fomentando a discórdia, a raiva, o ressentimento e a violência”, opinou.
“O próprio Brasil tem se preocupado com essa escalada da violência. Isso acaba prejudicando as propostas. A gente perde muito tempo por conta de briguinha, de falar de violência, ao invés de falar de propostas”, justificou a tucana.
Brasil de esperança
Apesar dos obstáculos, a parlamentar manifestou o seu desejo de continuar trabalhando por um Brasil com mais inclusão e esperança para todos.
“Tudo é mais difícil para a mulher neste país. Não importa a área, a gente tem que estar sempre trabalhando para vencer obstáculos, e a gente traz uma chapa que, além de duas mulheres com toda essa trajetória, ainda tem uma tetraplégica, que eu acho que é muito a cara do que a gente quer para o Brasil”, ressaltou.
“Peço para votar 15, para conhecer nosso trabalho, nossa vida pregressa. Quando a gente melhora a vida de um cidadão, é a humanidade que dá um salto de qualidade. Não vamos votar no menos pior. Vamos enxergar um Brasil de esperança, de futuro, com muito mais amor, mais acolhimento. Brasileiro é um povo decente, a gente só precisa dar oportunidade para o povo crescer”, completou Mara Gabrilli.