Entrevistada no Jornal Nacional, da TV Globo, no último dia 26, a candidata à Presidência da República pelo MDB, Simone Tebet, usou seu tempo de sabatina para acenar ao público feminino. Ela defendeu a igualdade salarial de gênero e que 30% das executivas dos partidos sejam compostas por mulheres.
Durante 40 minutos, a senadora pelo Mato Grosso do Sul respondeu a perguntas dos jornalistas William Bonner e Renata Vasconcellos sobre as principais propostas da candidatura, como também questões sobre sua vida pública.
Entre os assuntos que Tebet defendeu e apresentou aos eleitores estava a crítica à reeleição para o cargo de presidente da República, além do chamado orçamento secreto, que dificulta o rastreio de recursos públicos. Em entrevistas, ela já tem dito que “com uma caneta” vai dar mais transparência nas contas do governo.A seguir, os principais trechos da entrevista.
Corrupção
A candidata do MDB também afirmou que a indicação de ministros será feita entre os partidos que estão envolvidos na sua chapa. “Tem que ser honesto e ser competente, independentemente de qualquer outro posicionamento. Vamos garantir a independência do MP [Ministério Público], da PGR [Procuradoria-Geral da República], da PF [Polícia Federal], para fazer transparência”, disse.
Economia
Segundo Simone Tebet, ela está cercada do “melhor time de economistas”. Na agenda de trabalho, estão dois pontos principais: erradicar a miséria e acabar com a pobreza. Para colocar em prática este projeto, ela disse que pretende, primeiro, acabar com o chamado do orçamento secreto. Nas contas de Tebet, com esse valor seria possível construir casas para 1 milhão de pessoas.
“Para o próximo ano vamos extrapolar o teto de gastos em 60 bilhões de reais para cobrir essa transferência de renda. Garantir 600 reais para as pessoas que têm fome”, disse.
Debate
Neste domingo (28/8), a candidata também participou do primeiro debate presidencial da campanha, promovido pela TV Band. Segundo pesquisa qualitativa realizada pelo Datafolha com 60 pessoas em tempo real, Tebet foi a candidata que obteve a melhor avaliação no debate, recebendo 43% dos votos.
Em um dos pontos altos de sua participação, a candidata questionou o presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro sobre suas constantes demonstrações de machismo e misoginia, em especial contra jornalistas mulheres. Durante o debate, Bolsonaro fez ataques à jornalista Vera Magalhães, que o questionou por ter sido contra a vacinação no país, consequentemente agravando a pandemia.
Simone também lembrou que, quando deputado, Bolsonaro votou contra os direitos das empregadas domésticas e foi o único parlamentar a discursar em defesa do ex-deputado Talvane Albuquerque, responsável pela chacina que vitimou a deputada federal Ceci Cunha e mais três pessoas de sua família.
“Candidato Bolsonaro, por que tanta raiva das mulheres?”, perguntou Simone Tebet.
*Com informações do jornal O Tempo e da revista Exame.