Em reunião da Coordenação Executiva do Secretariado Nacional da Mulher/PSDB em Brasília (DF), nesta quarta-feira (16/03), junto ao Conselho Editorial, coordenadoras regionais e convidados, as tucanas receberam o presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, para debater o cenário político nacional e o engajamento de candidaturas femininas nas eleições de 2022.
Durante o encontro, o presidente do partido assumiu o compromisso de apoiar o aumento da participação de mulheres na política, rumo aos 50/50 e a tão sonhada paridade de gênero nos espaços de poder. Para Bruno Araújo, é hora de focar na concepção de um plano estratégico para viabilizar a candidatura de mulheres que possam aumentar a representatividade da sigla.
“Passou a hora de falar da participação da mulher na política. Nós viabilizamos os recursos, os fundos, já estamos há anos nessa tentativa”, afirmou.
A presidente do Secretariado Nacional da Mulher/PSDB, Yeda Crusius, destacou que esse será um dos intuitos da força-tarefa que vai percorrer o Brasil, a começar por Goiânia (GO) nos dias 18 e 19 de março, para capacitar tucanas e possíveis pré-candidatas ao pleito.
“Nós vamos fazer as Bandeiras Eleitorais 2022 com o que as mulheres querem para o Brasil. Montamos uma força-tarefa para as eleições de 2022 que vai andar o Brasil, para que as mulheres se capacitem, conheçam, curtam, compartilhem as ideias, projetos e ações do PSDB-Mulher”, pontuou.
“Quando a gente tiver identificado, com a força-tarefa que vai nos lugares para ouvir as lideranças, para saber quem são as mulheres e como elas querem ser apoiadas, vamos formar um critério de financiamento das candidaturas dessas mulheres que o PSDB-Mulher vai escolher. Esse é o compromisso que eu vou buscar que seja cumprido”, frisou.
Autonomia financeira
Durante o encontro, a presidente de honra do Secretariado Nacional da Mulher/PSDB, Solange Jurema (AL), ressaltou a importância do PSDB-Mulher ter autonomia financeira para gerenciar os recursos do Fundo Eleitoral e Fundo Partidário para a promoção de candidaturas femininas.
Ela citou como exemplo a experiência de sucesso que foram as eleições de 2018, quando o PSDB-Mulher conseguiu eleger a maior bancada federal e estadual da história, além da senadora Mara Gabrilli (SP).
“Quando nós tivemos essa autonomia, que foi na eleição de 2018, nós conseguimos dobrar praticamente o número de deputadas. Esse conhecimento das mulheres que têm mais possibilidade de se eleger em cada estado nós temos muito mais oportunidades para detectar. Naquele ano, que nós tivemos essa possibilidade e realmente procuramos escutar as mulheres de cada estado, fizemos um critério de recursos. A gente tem isso já há algumas eleições, uma tabela de pontos para as mulheres que teriam mais chances de se eleger, e funcionou muito bem. Resumindo, deixe na nossa mão que a coisa dá certo”, completou.
Trabalho pioneiro
Dentre os convidados do dia estava o deputado federal e presidente do PSDB do Pará, Nilson Pinto. O parlamentar elogiou o trabalho de capacitação e suporte às mulheres desempenhado pelo PSDB-Mulher, classificando diversas conquistas do ponto de vista da participação política da mulher no Brasil como fruto do “trabalho pioneiro” feito pelo Secretariado.
“Não é apenas discurso, é muito mais do que isso. É um esforço enorme, que envolve muita gente, com trabalhos de capacitação, eventos, assessoramentos diversos. Os homens não conseguiram fazer o assessoramento aos candidatos homens na eleição passada, por exemplo, na parte contábil. As mulheres fizeram, e fizeram muito bem feito”, lembrou.
O deputado acrescentou ainda que alavancar a presença da mulher na política é um desafio histórico, que visa superar uma injustiça social praticada não só pelos governos, mas pela própria sociedade.
“Como é que um país como esse, que tem na sua composição mais de 50% de mulheres na população, não consegue dar representação política adequada para mais de 15%? É muito pouco ainda. Deveríamos estar em 50/50, pelo menos. Essa é a meta de todos, temos que chegar lá. Estamos fazendo o possível no Pará, trabalhando para nesta eleição fazer as nossas chapas 50/50. Estamos trabalhando nessa direção não apenas para valorizar a mulher, mas porque nós encontramos mulheres competentes. Com esse trabalho, vamos apenas jogar o foco, dar visibilidade, a quem tem competência e merece ser apoiada”, considerou.
Violência política
Outro tema abordado na reunião foi a violência política contra as mulheres, que tende a se agravar durante o período eleitoral. A presidente do Secretariado Nacional, Yeda Crusius, lembrou a todos que a violência política de gênero agora é crime, previsto na Lei nº 14.192/2021, e salientou que o PSDB-Mulher nunca deixará de se manifestar a favor dos direitos das mulheres.
“Como PSDB-Mulher, quando você tem um fato que gera esse tipo de mal-estar, como é Lei você tem duas soluções: ou você finge que não está acontecendo nada, é o que acontece com as vítimas de violência doméstica que por várias razões se calam, e isso continua; ou você denuncia, e se denuncia tem que cair fora. É uma coisa complicada. É preciso articular para dar uma saída. O que o PSDB-Mulher faz com as nossas mulheres vítimas de violência política? A gente vai sempre pelo diálogo, mas nunca deixamos de nos manifestar contra a violência política que a mulher está sofrendo”, reiterou.
Convidadas a participar do encontro, as deputadas estaduais Profª Therezinha Ruiz (AM) e Telma Nery (AP) também elogiaram o trabalho do PSDB-Mulher e o apoio oferecido às tucanas não só durante a campanha, mas ao longo de todo o mandato.
“Saio sempre das nossas reuniões muito fortalecida. Continuem esse trabalho. Vamos fortalecendo aquelas que pensam, que têm uma vontade tão grande de ser mulher na política, mas que não têm o apoio suficiente. Esse apoio o PSDB dá. Digo isso aonde eu vou, que nós temos um trabalho em conjunto. Não se decide nada sozinho, nem de cima para baixo. Na maioria dos partidos, a gente nunca teve essas oportunidades. Portanto, é fundamental que se continue esse trabalho, que tem dado bons frutos”, destacou Therezinha Ruiz.
“É angustiante você ter que lutar para ter voto nas urnas, construir um trabalho e, de repente, ser convidada a se retirar, não ter um porto seguro. Aqui nesse partido, no PSDB, eu me sinto acolhida. Desde lá do princípio, desde a minha primeira eleição pelo partido, quando eu era vice-prefeita de Macapá. O que acontece aqui dificilmente acontece em outros lugares. Isso nos fortalece muito, saber que nós não estamos sozinhas”, completou Telma Nery.
Participaram da reunião a presidente do Secretariado Nacional da Mulher/PSDB, Yeda Crusius; a presidente de honra, Solange Jurema (AL); a vice-presidente Thelma de Oliveira (MT); a presidente do PSDB-Mulher do Mato Grosso do Sul, deputada estadual Mara Caseiro; a vereadora e presidente do PSDB-Mulher no Rio Grande do Norte, Larissa Rosado; a presidente do PSDB-Mulher do Pará, Tetê Santos; a integrante da Coordenação Executiva do PSDB-Mulher do Piauí, Francisca Ramos; a vice-presidente do PSDB-Maceió e membro do Secretariado Nacional, Adriana Toledo; Neuzinha de Oliveira; a assessora jurídica e vice-presidente do PSDB-Mulher do Distrito Federal, Luciana Loureiro; a assessora executiva e presidente de honra do PSDB-Mulher do Rio Grande do Sul, Angela Sarquiz; e as coordenadoras do PSDB-Mulher nas regiões Norte, Cecília Otto; Nordeste, Iraê Lucena; Centro-Oeste, Andréia Zemuner; Sudeste, Tiana Azevedo; e Sul, vereadora Anna Carolina Martins (SC); além da deputada constituinte Moema São Thiago e convidados.