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“Esta guerra é responsabilidade de todos, os impactos são incalculáveis”, por Tiana Azevedo

Depois de mais de dez dias de invasão da Rússia à Ucrânia, as Nações Unidas estimam que o número de refugiados ucranianos chega a 1,7 milhão de pessoas, principalmente mulheres, idosos, crianças e adolescentes, pois homens com mais de 18 anos e menos de 65 são convocados para servir na guerra. Como ficarão as crianças e os adolescentes que se veem obrigados a sair correndo com suas mães? O que fazer para minimizar o impacto sobre as mulheres, as crianças e os adolescentes?

Uma pessoa sem pátria, sem terra, sem casa e com a família destruída. O mundo não será mais o mesmo após essa guerra. O que as gerações estão vivenciando não tem palavras nem esforços que minimizem os impactos.

É um peso muito grande sobre as mulheres, que são obrigadas a deixar seu país acompanhadas pelos filhos rumo ao desconhecido e sem a companhia de seus parceiros, vivenciando a pressão e a angústia das crianças e dos adolescentes. Mais uma vez, nós, mulheres, aumentamos nossa carga diária de responsabilidade para contemporizar de alguma forma os efeitos desta guerra, no esforço pela subsistência, pela centralidade e pelo equilíbrio.

São pessoas que deixam sua história nas cidades da Ucrânia em meio à destruição de casas, prédios, escolas e hospitais, e recorrem a abrigos desconhecidos nas nações vizinhas, como a Polônia, Hungria, Romênia, Moldávia e Eslováquia.

Reitero aqui que, em meio àqueles que negociam, as mulheres da Ucrânia mostram sua força quando muitas levam filhos, pais e animais de estimação na corrida para fugir dos bombardeios, outras fazem treinamento militar para resistir ao Exército da Rússia. Elas demonstram resiliência, força e muita dignidade.

Preocupa muitíssimo o alerta do ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, que acusou soldados russos de “estuprar mulheres em cidades ucranianas ocupadas”. Para o chanceler ucraniano, é necessário criar um tribunal criminal especial para julgar o “crime de agressão” cometido pelo presidente russo Vladimir Putin.

Em meio a isso, constrangidas assistimos o papel degradante do deputado estadual Arthur do Val (Podemos-SP), que sugeriu que as ucranianas “são fáceis porque são pobres”. Aquele que deveria defender a sociedade envergonha pelo escárnio. Ele simplesmente desconsidera as mazelas da guerra e as vulnerabilidades das mulheres, expondo o sexismo e machismo. É um vexame internacional, sem palavras.

Diante do caos causado por todos os impactos da guerra, até a pandemia tomou segundo lugar nas ansiedades do mundo. Isso é realmente doído. O envolvimento da Organização do Tratado do Atlântico Norte com seus 30 membros, Organização das Nações Unidas e União Europeia é muito bonito de se ver, no esforço de proteger a Ucrânia e solucionar o problema.

Desde o fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945, o mundo evoluiu e a diplomacia também. Não há necessidade de guerra, pois o mundo hoje está diplomaticamente muito mais evoluído, assim como os mecanismos de negociações e as formas de conversar e buscar soluções também evoluíram.

Mas, infelizmente, alheio a esta evolução está o presidente russo que segue com atrocidades que se espalham como o vento. Todos os países, sem exceção, sentirão os efeitos desta guerra: os meios de produção, a produção de insumos, a circulação de mercadoria e seus impactos econômicos e sociais. Impactos estes incalculáveis em todos os sentidos! Quem acompanha o que está em curso vivenciará estes impactos para o resto das suas vidas…Vamos pensar nas crianças e nos jovens que sofrem por esse êxodo devastador, assim como nas mulheres estraçalhadas por mais esta carga.

*Tiana Azevedo é coordenadora do PSDB-Mulher na região Sudeste e presidente do PSDB-Mulher do Rio de Janeiro

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