Em 1932, o voto feminino foi decretado no Código Eleitoral no Brasil. Imagine que antes disso as mulheres não tinham sequer espaço na constituição, eram chamadas de “cidadãs passivas”. Já se passaram 90 anos e precisamos lembrar da luta, da mobilização que ainda hoje se faz necessária.
Nós, mulheres, somos mais de 77 milhões de eleitoras e 53% da população. Mas temos apenas 15% da representação no Congresso Nacional. Situação totalmente diferente de países como Chile (25%), México (49%) e Bolívia (42%). E vale citar ainda como referência a Argentina, que foi pioneira em adotar cotas femininas para o Congresso e lá as mulheres representam 42,4% da Câmara Baixa e 40,3% do Senado.
Apesar de termos conseguido eleger a primeira mulher presidenta do Brasil, ainda temos baixíssima representatividade. Temos 900 municípios brasileiros sem nenhuma mulher na Câmara Municipal. Em Alagoas, nunca tivemos uma governadora. E apenas uma senadora eleita. No Congresso Nacional, temos apenas uma deputada federal entre as nove vagas de deputados alagoanos.
E ao invés de sermos valorizadas, somos massacradas com a violência política ao exercermos nossas funções de parlamentar. Uma violência que insiste em nos atacar e desestimular tantas outras mulheres a participarem da política.
Foram e são tempos de luta, e é fato que muitas barreiras foram vencidas. Avançamos na legislação eleitoral, conseguimos espaço nas chapas e recursos para campanhas femininas. Mas as mudanças ainda caminham em passos de tartaruga.
As eleições estão se aproximando e muitas jovens irão exercer esse direito e votar pela primeira vez, e isso jamais deve ser desperdiçado. O voto é uma ação de interesse e esperança de mudança para todas as cidadãs. É a nossa oportunidade de direcionar forças em prol de uma sociedade inclusiva e igualitária, onde a política, também, seja pensada para as mulheres.
Contamos com você, venha fazer parte da história!
*Tereza Nelma é psicóloga e deputada federal pelo PSDB de Alagoas