Tucanas concluíram nesta semana mais um curso de capacitação política oferecido pela ONU Mulheres, em parceria com a Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso). Ao longo de dois meses, lideranças femininas do partido discutiram os temas “Políticas públicas para mulheres e interseccionalidade”, e “Liderança transformacional para uma maneira diferente de fazer política”.
A iniciativa surgiu a partir de um pedido de representantes do Fórum Nacional de Mulheres de Instâncias de Partidos Políticos, do qual o Secretariado Nacional da Mulher/PSDB faz parte, que em abril se reuniram com a ONU Mulheres para discutir violência política e a possibilidade da realização de um curso para as integrantes dos segmentos femininos dos partidos.
Assessora jurídica do Secretariado e vice-presidente do PSDB-Mulher do Distrito Federal, Luciana Loureiro afirmou que um dos grandes atrativos da capacitação foi a possibilidade de aprender e compartilhar experiências em um contexto internacional.
“Nesse curso tivemos a oportunidade de desempenhar um trabalho com uma universidade de fora, a Flacso, da Argentina. Essa parceria foi muito legal, o fato de eles terem topado fazer esse curso na nossa língua, para que mais mulheres pudessem participar. As professoras que estavam lá também dominam muito o assunto, a questão da mulher, de gênero na política. Trouxeram dados, o que é muito importante, disponibilizaram material bibliográfico, textos para leitura”, contou.
“Foi um curso enriquecedor, cuja grandeza é a oportunidade de adquirir e compartilhar o conhecimento uma com as outras. Que venham outros”, acrescentou.
“Nunca imaginei que teria a oportunidade de participar de um curso como esse, com um certificado internacional. A palavra que define é gratidão”, disse a vereadora de Serra Negra do Norte (RN) Ana Karinne (PSDB).
A parlamentar definiu a participação no curso como uma chance única de discutir e aprender com outras mulheres a importância do incentivo à representatividade feminina na política, apesar dos desafios enfrentados por aquelas que ousam se aventurar em um território predominantemente masculino.
“Apesar da existência brutal da violência política de gênero, que nos causa danos, sofrimentos, e quer anular o nosso reconhecimento ou o exercício dos nossos direitos políticos, devemos buscar uma liderança transformacional, influenciando positivamente mais mulheres na política, incentivando, inspirando e motivando”, apontou.
“Em uma sociedade que reprime as minorias políticas, devemos nos comunicar. Mas só vamos conseguir fazer isso se as mulheres se tornarem protagonistas em todos os campos, falando sobre todos os assuntos”, constatou Ana Karinne.
Para Andréa Campos, do Tucanafro do Rio Grande do Sul, a discussão sobre a representatividade feminina nos espaços de poder é sempre oportuna.
“O tema é sempre atual e sempre importante. Muitos espaços foram conquistados pelas mulheres, mas ainda há muita resistência quando uma liderança feminina ocupa um posto de evidência. Se nas empresas privadas houve avanços, e hoje vemos muitas mulheres em posições de direção, no setor público apenas alguns espaços estão sendo efetivamente ocupados por mulheres, notadamente nas carreiras jurídicas”, exemplificou.
“Contudo, nos espaços políticos a representação política ainda é frágil, e mesmo dentro dos partidos políticos vemos uma certa resistência à presença feminina no protagonismo político. É com a expectativa de que podemos encorajar cada vez mais mulheres a participar de processos de liderança, em especial dentro da política, que eu participo deste evento”, completou a tucana.