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“Mulheres na política, uma necessidade urgente”, por Andréa Castelo Branco

Foto: Reprodução

É triste a nossa situação: somos a maioria da população brasileira, 52,2%, e temos um número inexpressivo de mulheres ocupando cargos públicos nas três esferas de Poder: federal, estadual e municipal. Por isso, a hora é agora, há uma necessidade urgente de mais mulheres na política. Discussão e trabalho que devem ser intensificados a menos de um ano das eleições majoritárias.

Definitivamente, as mais de 109,4 milhões de brasileiras têm de ver que uma política feita por mulheres e com mulheres é o caminho para combater o machismo estrutural, aquele que não se percebe, porque acredita-se ser o natural, o normal e o aceitável. Não! Temos de reagir.

É difícil para um homem se colocar no lugar de uma mulher. É algo cultural, eles são criados para que não vejam o que somos, o que sentimos, o nosso cotidiano, os desafios diários e o que temos de enfrentar nos mínimos detalhes. Basta observar o que vivemos agora: defender a gratuidade de distribuição de absorventes para as mulheres em situação de vulnerabilidade em pleno século XXI? Parece algo impensável, mas não, é real, e o pior – existem opiniões contrárias.

Nas urnas, teremos oportunidade de dar mais oportunidades de voz para as mulheres negras e para as jovens. É o momento de promover toda uma mudança estrutural necessária e fundamental para alterar comportamentos e situações que não podem ser perpetuadas nem interpretadas como naturais.

Tudo começa dentro de casa. É sabido que quando há meninos e meninas, elas saem em desvantagem em relação a eles por causa da nossa estrutura familiar. As meninas têm 40% de tempo a menos para estudar, pois estão naquele momento desempenhando atividades domésticas: lavando louça ou arrumando a casa, por exemplo, enquanto o menino joga videogame.

Temos de arregaçar as mangas e identificar as mulheres líderes. É um processo político muito difícil, desafiador, vivo isso na minha cidade, em Nilópolis, na Baixada Fluminense, porque eu me neguei a participar de grupos fechados. Nós, mulheres na política, lutamos pelo básico. É um trabalho de formiguinha, mas não podemos desistir. Temos de não desistir e continuar conscientizando as mulheres.

Infelizmente, temos de lutar todos os dias. Basta verificar que, quando um homem fala, todos escutam… Quando chega a vez de uma mulher opinar, surgem ruídos, interrupções e interrupções. Eu me sinto indo ao campo de batalha todos os dias. E, eu digo: consigo entrar nos lugares sempre com muita diplomacia.

*Andréa Castelo Branco é presidente do PSDB-Mulher de Nilópolis (RJ)

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