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Mulheres sofrem mais com Burnout do que homens, mostram pesquisas

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A pandemia da Covid-19 impactou em todos os campos da saúde física e mental das pessoas, principalmente das mulheres, pois muitas viram suas responsabilidades domésticas aumentarem, tornando mais difícil a tarefa de equilibrar a vida privada com o trabalho. Mulheres tendem a assumir um conjunto mais complexo de responsabilidades no trabalho e na vida particular, provocando maior estresse.

O resultado é o aumento de queixas da Síndrome de Burnout, caracterizada por exaustão: processo de esgotamento físico e emocional total, o que acaba gerando desilusão, desespero, frustração e baixa realização pessoal. Desde o começo da pandemia, estima-se que 2,35 milhões de mulheres que trabalham fora nos Estados Unidos sofreram de esgotamento profissional.

Em uma pesquisa feita pela plataforma LinkedIn com quase 5 mil americanos, 74% das mulheres disseram que estavam muito ou razoavelmente estressadas por motivos ligados ao trabalho, em comparação com apenas 61% dos empregados do sexo masculino que responderam à pergunta.

Uma análise separada da empresa de consultoria Great Place to Work e da startup de saúde Maven observou que mães com empregos remunerados têm 23% mais chances de sofrer de burnout que pais empregados.

Especialistas geralmente concordam que não existe uma razão única pela qual mulheres ficam esgotadas, mas reconhecem amplamente que a forma com que estruturas sociais e normas de gênero se cruzam tem um papel significativo. Desigualdades no ambiente de trabalho, por exemplo, são indissociavelmente ligadas a papeis tradicionais de cada gênero.

Mais vulneráveis

Em geral, pesquisas ligam baixas rendas à altos níveis de estresse e à uma saúde mental ruim. Mas vários estudos também já mostraram mais especificamente que incidências de burnout entre mulheres são maiores por causa de diferenças em condições de trabalho e do impacto do gênero no avanço profissional.

Em 2018, pesquisadores da Universidade de Montreal, no Canadá, publicaram um estudo em que 2.026 trabalhadores foram acompanhados durante um período de quatro anos. Os acadêmicos concluíram que mulheres eram mais vulneráveis ao chamado burnout do que homens porque elas tinham menos chances de ser promovidas que eles e, portanto, eram mais propensas a estar em posições com menos autoridade, o que pode levar a maior estresse e frustração.

Os pesquisadores também identificaram que mulheres eram mais propensas a liderar famílias com um pai ou mãe solo, experimentar tensões ligadas às crianças, investir parte de seu tempo em tarefas domésticas e ter mais baixa autoestima — coisas que podem exacerbar o esgotamento profissional.

Com mulheres perdendo suportes sociais cruciais durante o confinamento, algo que pode ter sido fontes físicas e emocionais de estresse, está claro que a avalanche abrupta de responsabilidades domésticas adicionais empurrou muitas que já estavam bastante ocupadas, equilibrando as vidas doméstica e profissional, para além de onde elas podiam ir.

*Com informações da BBC Brasil

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