O Secretariado Nacional da Mulher/PSDB promoveu, nesta sexta-feira (23/4), o III Painel PSDB Brasileiras/PSDB-Mulher de 2021, com a segunda parte do tema “Prévias, democracia e partido: para onde vamos?”. O encontro virtual foi acompanhado por uma média de 165 pessoas, que assistiram aos tucanos debaterem sobre a importância das prévias na mobilização partidária e escolha de nomes para cargos majoritários nas eleições de 2022, como incluir cada vez mais mulheres no processo político, além de detalharem o trabalho que tem sido desempenhado pelos diretórios estaduais.
Transmitida pelo Youtube e mediada pela presidente nacional do PSDB-Mulher, Yeda Crusius, a live contou com a participação da deputada federal Geovania de Sá, presidente do PSDB de Santa Catarina; do Secretário Estadual de Desenvolvimento Regional Marco Vinholi, presidente do PSDB de São Paulo; do deputado federal Paulo Abi-Ackel, presidente do diretório estadual de Minas Gerais; do deputado federal Nilson Pinto, presidente do PSDB do Pará; do deputado federal licenciado e presidente do Instituto Teotônio Vilela (ITV) Pedro Cunha Lima; presidente do PSDB na Paraíba; e do senador Izalci Lucas, presidente do PSDB no Distrito Federal.
Ao iniciar as discussões, a presidente do Secretariado Nacional ponderou como as prévias partidárias podem ajudar o PSDB a integrar mais mulheres à política brasileira, o que é um dos objetivos traçados pelo PSDB-Mulher em seu planejamento estratégico para este ano.
Yeda Crusius destacou ainda o importante papel que o Secretariado assume ao promover debates como esse, que alcançam a todas as esferas do partido, desde a sua base, filiados, militantes e simpatizantes, até as lideranças.
“Vamos continuar, o PSDB-Mulher, o Secretariado da Mulher, usando a nossa Plataforma Digital, que foi feita durante o ano passado, para transmitir a quem quiser, no mundo inteiro, como pensam os nossos líderes tucanos neste ano”, afirmou ela.
Presidente do PSDB-SC, Geovania de Sá iniciou sua fala explicando como o diretório tem atuado para expandir o seu trabalho para todo o estado. Atualmente, o PSDB de Santa Catarina tem 101 mil filiados, com diretórios em 180 municípios e comissões provisória em mais 74. A meta do partido, até o final do ano, é estar presente em todos os 295 municípios catarinenses.
“Sempre acreditei que o trabalho é na base. É nos municípios que nós conseguimos, realmente, construir o nosso partido, para então termos um projeto forte para o estado e para o Brasil”, disse.
Para a tucana, o caminho para democratizar a política partidária passa pela inclusão de todos os brasileiros nesse debate.
“Temos uma nominata para 2022 muito forte, inclusive com mulheres, com negros e pardos, e com jovens. Acho que a mudança vai começar com as mulheres se envolvendo mais, a juventude”, opinou. “Vamos fazer essa diferença indo nos municípios. Não consigo fazer política, não consigo montar partido, se não for para a base. É na base que eu consigo identificar as deficiências e o que nós podemos fazer para melhorar e aprimorar”, constatou ela.
Aliança para 2022
O deputado Nilson Pinto avaliou que as prévias serão fundamentais para que o PSDB discuta internamente o quadro político nacional. Segundo ele, o Brasil vive hoje uma polarização que só intensifica as crises sanitária, causada pela pandemia do coronavírus, econômica, e de credibilidade nacional e internacional, criando “falsos dilemas” como, por exemplo, a noção errônea de que é preciso fazer uma escolha entre saúde e economia, ou entre a militarização do governo e o caos administrativo.
“Esse é um enorme equívoco. É uma falsa polarização, um falso dilema, e nós precisamos deixar claro que não precisa ser assim. Não é uma coisa ou outra. Nós temos alternativas, temos caminhos melhores”, considerou.
“Não ao negacionismo, sim à ciência. Não à intolerância, sim à política. Não à ditadura, sim à democracia. Nós temos exemplo, temos história e temos mensagem para levar isso para a nossa população”, salientou.
O presidente do PSDB-PA acrescentou ainda que as prévias, além de fortalecer o partido, vão ajudar a facilitar o diálogo para a construção de uma aliança para as eleições presidenciais em 2022.
“Temos que usar esse ano de 2021 para construir uma sólida aliança de centro, de modo que possamos chegar em 2022 em condições de vitória. Temos uma clara sinalização da população de que não quer extrema direita, nem extrema esquerda. Se nós somarmos os nossos candidatos de centro, vai dar de 50% a 60% de intenções de voto hoje. O nosso desafio é unir as forças, fazer com que os vários grupos que compõem os partidos de centro sentem à mesa, e que nós possamos juntos definir um caminho, uma estratégia”, pontuou.
Democracia interna
Secretário Estadual de Desenvolvimento Regional, Marco Vinholi lembrou que uma das bases do PSDB, o que fica claro em seu estatuto, é a democracia interna, que se faz mais forte quando se fala em prévias. Esse é um modelo que já vem sendo seguido pelo partido em São Paulo, que realizou prévias para a definição do candidato à Prefeitura Municipal da capital, em 2016, e nas eleições ao Governo do Estado, em 2018.
“Dentro de uma conjuntura aonde, cada vez mais, há necessidade desse polo democrático se fortalecer, construir em conjunto, mas com a consciência do papel do PSDB dentro dessa sociedade, podendo sair de um processo de prévias como esse cada vez mais forte, mais unido, e podendo, sim, liderar esse polo democrático, nós temos a certeza de que passaremos meses em que o debate, não só interno, com a nossa militância, mas sobretudo com a própria sociedade, se dará como um diferencial”, analisou.
“Que a gente possa, em conjunto, encontrar um caminho de união, em um processo amplamente democrático que estabeleça no PSDB o protagonismo para as próximas eleições. Um partido como o PSDB tem a responsabilidade, sobretudo em um país onde temos dois turnos, de se colocar como uma opção dentro do processo democrático”, completou Vinholi.
Momento de diálogo
Na avaliação do deputado Paulo Abi-Ackel, o momento é de diálogo. Não apenas entre o PSDB e sua base, mas entre o partido e aliados com um objetivo em comum: tirar a política brasileira de um antagonismo feito de extremos.
“Acredito que grande parte do eleitorado brasileiro começa a flertar novamente com aquilo que o PSDB sempre representou muito bem: um pensamento moderado, de centro, voltado para o diálogo, para a construção de maiorias, para a formação de políticas públicas que possam eventualmente unir segmentos mais à esquerda, mais à direita, mas de forma equilibrada, como foi o governo Fernando Henrique Cardoso. E que possa liderar o país de forma pacífica, serena, voltando para uma situação de equilíbrio institucional, bom convívio entre os Poderes, realização de reformas e, principalmente, atenção a essa pandemia, cujos números são vergonhosos para nós brasileiros em relação a todo o mundo”, apontou.
Para isso, é necessário tornar as mulheres, que são maioria entre a população e o eleitorado brasileiro, cada vez mais parte dessa discussão.
“Temos a premente, urgente, necessidade de termos cada vez mais candidatas. Essa é uma preocupação que nós temos, e estamos trabalhando com a nossa militância, com nosso partido, que está bem organizado aqui em Minas Gerais, para que possamos ter o maior número possível de mulheres disputando as eleições de 2022”, informou o presidente do PSDB-MG.
Já o presidente do PSDB-PB, Pedro Cunha Lima, classificou as prévias como uma mudança de paradigma para o partido.
“É uma virada de chave do ponto de vista do funcionamento partidário. Veja o que acontece nos Estados Unidos, o que as prévias mobilizam lá. É um processo intenso, efervescente. E não adianta você querer trazer a participação das pessoas em ambientes em que elas só escutam, são conduzidas, são elementos passivos. Isso não funciona mais. As prévias trouxeram para o PSDB um ar de modernidade e de democratização real das decisões”, afirmou.
“Que esse debate interno fortaleça o nosso partido. Esse é o propósito maior: fortalecer a nossa legenda. Será um grande desperdício se o PSDB não der a devida dimensão à decisão que foi tomada, que é a de colocar nas mãos de cada filiado o futuro da nossa disputa no ano que vem”, disse o presidente do ITV.
Formação política
O senador Izalci Lucas também destacou o importante papel das mulheres dentro dos quadros partidários do PSDB para uma discussão mais representativa e a construção de uma democracia plena. Para isso, é preciso investir em formação política, como o PSDB-Mulher e o PSDB-DF têm feito.
“O PSDB realmente fez a diferença nessas últimas eleições. Antes mesmo da definição do STF [Supremo Tribunal Federal], o PSDB tomou a iniciativa de prestigiar como nunca foram prestigiadas as mulheres. Aqui no DF, podemos acender a luzinha da esperança: de oito deputados, cinco foram mulheres. É uma demonstração clara de que é possível, sim, colocar mulheres e dar uma representação maior no Congresso Nacional”, assinalou.
“Não nos falta nome. O que a gente precisa agora é organizar, mobilizar, levantar a autoestima do partido. Esse negócio de radicalismo de esquerda, de direita, já passou. Agora nós temos que valorizar a competência, a capacidade, e o PSDB tem tudo isso”, concluiu o parlamentar.
Confira a live na íntegra: