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Em live promovida pela UVESP, Yeda Crusius defende parlamentarismo e municipalismo como alternativas para o país

A presidente do Secretariado Nacional da Mulher/PSDB, Yeda Crusius, participou nesta quarta-feira (10/03) de um encontro virtual promovido pela União dos Vereadores do Estado de São Paulo (UVESP). Na live, intitulada “Mulher na Política: A Necessária Mudança”, ela debateu com o presidente da UVESP, Sebastião Misiara, sobre os motivos que impedem as mulheres de ocupar espaços na política, além de defender o parlamentarismo e o municipalismo como as melhores alternativas para o desenvolvimento do país.

A tucana começou o bate-papo contando que já iniciou sua trajetória política sendo parlamentarista e municipalista.

“Creio que os fundamentos para a estabilidade política são muito melhorados com o parlamentarismo, por isso o PSDB é o meu partido. Só entrei para a política, já madura, quando ele nasceu defendendo o parlamentarismo – com dois grandes líderes que foram Mário Covas e o André Franco Montoro – e porque eu sou municipalista. Se você não fizer política na comunidade, você não consegue ir para frente, transformar aquela sociedade que pode sempre melhorar. E ela não anda bem”, apontou.

Yeda Crusius elencou ainda alguns motivos que impedem as mulheres de ocuparem os espaços de poder. O primeiro deles é a falta de uma legislação e políticas que garantam maior representatividade feminina na política.

“A mulher é a maior parte da linha de frente no combate ao coronavírus, porque ela é a enfermeira, majoritariamente, muitas médicas, muitas auxiliares. Isso acontecendo lá na comunidade, no bairro. Por que é que na política a gente não consegue passar dos 15% de eleitas?”, questionou.

“Tivemos que ter uma Lei dizendo ‘olha, pelo menos 30% têm que ser candidatas’. A cota de candidaturas que a gente esperava lá a 20 anos atrás que fizessem uma mudança, não conseguiram fazer. Há quanto tempo nós temos a cota de 30% de mulheres candidatas? E não conseguimos eleger mais”, disse.

Para a presidente do PSDB-Mulher, essa dificuldade se deve à própria estrutura dos partidos políticos. Parafraseando a ex-primeira-dama Ruth Cardoso, ela avaliou que “não existem núcleos mais machistas ligados ao poder” do que sindicatos e as siglas políticas.

“O caminho requer uma instância de amparo, porque é difícil trabalhar dentro de um partido político sendo mulher. O ambiente é masculino, a sua cultura. É preciso fazer com que no ambiente feminino, que é, por exemplo, o PSDB-Mulher, a gente transforme essa condição necessária para a nossa sociedade melhorar”, constatou ela.

MAIS MULHERES, MAIS MUDANÇAS

Ex-governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius destacou que a presença da mulher na política não é apenas importante, mas necessária para promover mudanças sociais e econômicas que possam guiar o Brasil rumo à estabilidade.

“Se alguém disser que a sociedade não é injusta, desigual e violenta, é um negacionista. Com mais mulheres lá no Parlamento, e mais mulheres no Executivo, haverá mais políticas públicas que promovam o bem estar da pessoa, o desenvolvimento, e com isso menos desigualdade, menos injustiça, menos violência. Com mais mulheres na política, a política muda. Ela passa a se parecer melhor com o modo como a gente vive ali em casa, na comunidade”, explicou.

“Para transformar essa sociedade, essa economia e essa política, são necessárias mais mulheres na política. Por isso que eu assumi, em tempo integral e dedicação exclusiva, o meu trabalho junto ao PSDB-Mulher, que é voluntário. Junto com centenas de outras mulheres, e nós não somos remuneradas para isso, nós temos uma instância dentro do partido para chamar mais mulheres e dizer: ‘te apoiamos’. E agora, com recursos. A gente precisa aprofundar demais isso, e precisamos de parceiros”, acrescentou a tucana.

MULHERES CONECTADAS

A presidente do Secretariado Nacional da Mulher/PSDB também salientou a importância de usar a tecnologia em favor da criação de uma rede de apoio que se expanda por todo o país, promovendo mulheres e cidades conectadas. Esse foi um dos objetivos por trás da Plataforma Digital PSDB-Mulher 2020, elogiada ferramenta online que ofereceu cursos de capacitação política e ensino à distância às pré-candidatas do partido nas eleições municipais do último ano.

“Há um reconhecimento internacional da nossa Plataforma Digital PSDB-Mulher 2020, que foi capacitar e apoiar mulheres que queriam ir para vereadoras, prefeitas e vice-prefeitas digitalmente. A Plataforma é nova, está lá disponível para quem queira ver, e tem tudo, jornal, rádio, televisão”, contou ela.

“O compromisso das mulheres nas eleições 2020 era fazer o que fosse possível para tornar da sua uma cidade conectada. Lá nos rincões do Amazonas, dentro da zona pobre do Nordeste. Ali não tinha acesso à internet. Como é que elas iam se preparar para pedir voto em uma eleição virtual? Então, nós fizemos esse trabalho”, afirmou.

Yeda Crusius revelou ainda que o seu objetivo, e o do PSDB-Mulher, é institucionalizar a proteção às mulheres, que são as que mais sofrem com a discriminação de gênero e as dificuldades impostas pela pandemia.

“Quero continuar na política como estou fazendo agora: promovendo mais mulheres, para a gente poder estar junto e vencer esse desafio desse mundo novo. Fazer com que haja um reconhecimento – veja as mulheres na linha de frente na área da saúde – da sociedade de que é condição necessária, para a gente melhorar a política, a economia e a sociedade, ter mais mulheres na política”, completou a ex-governadora.

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