Em reunião online da Executiva Nacional do PSDB, com a participação de governadores e prefeitos tucanos, foi aprovada uma resolução que autoriza o partido a promover convenções virtuais para oficializar o lançamento dos candidatos às eleições municipais previstas para este ano. A presidente nacional do PSDB-Mulher, Yeda Crusius, que participou da reunião, apoiou a iniciativa encontrada pela legenda, necessária em razão das medidas de isolamento social impostas pelo avanço da pandemia do Covid-19.
O texto da resolução já está disponível e define as regras para que os órgãos partidários realizem suas “convenções partidárias, quando necessário, e eleitorais, de forma virtual, através de tele ou videoconferência, por meio tecnológico gerenciado pelo respectivo órgão partidário, facultado o uso de tecnologia a ser disponibilizada pela Comissão Executiva Nacional”.
Segundo o texto, “o órgão partidário competente para organizar as convenções deverá reduzir a termo todas as ocorrências na ata da convenção, consignando, no mesmo documento, a relação nominal e respectivo número no Cadastro da Pessoa Física – CPF, da Receita Federal do Brasil – RFB, e o número do respectivo Título de Eleitor de todos os convencionais votantes”.
Aplicativo Jurídico
No mesmo dia em que o PSDB-Mulher lançou o ‘Manual Voto Legal – Eleições 2020’, que pode ser baixado no site do PSDB-Mulher (www.psdb.org.br/mulher) a Executiva Nacional do PSDB também anunciou a compra de um aplicativo jurídico que já está sendo disponibilizado pelo site oficial do partido (https://tawk.to/chat/5def1c9e43be710e1d21578e/default), mediante preenchimento de cadastro, pelo qual serão esclarecidas dúvidas de candidatos tucanos desde a pré-campanha até o fim das eleições. A assessoria jurídica do PSDB Nacional também deverá ser reforçada durante o período eleitoral.
Possibilidade de adiamento das eleições
Também foi analisada durante a reunião da Executiva Nacional a possibilidade de adiamento das eleições municipais de outubro para novembro ou dezembro. O tema entrou na pauta diante das sinalizações do novo presidente do Tribunal Superior Eleitoral, o ministro Luiz Roberto Barroso. A expectativa que essa decisão seja tomada até junho.
O presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, solicitou durante a reunião que os governadores tucanos e que alguns prefeitos fizessem um relato sobre a situação da pandemia em seus respectivos estados e municípios, indicando que o índice de mortalidade nas periferias é maior em praticamente todas as cidades.
Um dos depoimentos que mais chamou a atenção da presidente Yeda Crusius foi o do prefeito de Teresina, Firmino Filho, que apresentou levantamentos que indicam que o número de contaminados do país pode ser 11 vezes maior do que o de casos oficiais divulgados pelo Ministério da Saúde.
O prefeito de São Bernardo do Campo, Orlando Morando, que foi contaminado pela Covid-19, fez um relato emocionado sobre o período em que esteve internado e admitiu que sua visão de gestor mudou a partir do que vivenciou. Ele contou que uma de suas prioridades como governante sempre foi fazer viadutos e após a doença concluiu que leitos de UTI também representam viadutos para a saúde.
Prefeitas tucanas
Embora a reunião tenha contado também com a presença de prefeitas tucanas, como Cinthia Ribeiro de Palmas, Yeda Crusius pontuou que nenhuma mulher foi convidada a falar durante a reunião da Executiva Nacional do PSDB.
A prefeita de Palmas, única tucana a frente de uma capital, tem sido destaque no combate à pandemia. Em rota contrária à do governo estadual, que decidiu flexibilizar as medidas de isolamento social no estado, Cinthia Ribeiro mantem em vigor, desde 14 de março, decreto bem restritivo, reforçando a importância de a população permanecer em casa, a despeito da pressão gigantesca que tem sofrido por parte de empresários, igrejas e outros seguimentos.
Com isso, a prefeita de Palmas conseguiu frear o avanço da Covid-19 na capital, que notificou até o momento 2.139 casos e apenas duas mortes. Ela também tem se preocupado com o aumento assustador dos casos de violência doméstica e as consequências econômicas da atual crise sanitária, que tem elevado também o número de desempregados no país.