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Raps: Mais mulheres precisam participar da política, diz especialista

Debate promovido pela Raps/ Foto:PSDB-Mulher

As mulheres devem ter mais espaço no universo político, contando com apoio de uma rede que incentive a formação e faça um trabalho anterior às eleições, garantindo assim as representações reais na democracia. A avaliação é da diretora executiva da Rede de Ação Política pela Sustentabilidade (Raps), Mônica Sodré.

“Temos o compromisso de que mais mulheres participem da política”, afirmou a especialista, lembrando que é “muito difícil” a participação feminina sem um preparo anterior. E, acrescentou: “É preciso um trabalho pregresso. Nem sempre homens veem com bons olhos suas namoradas e mulheres se desafiando em uma candidatura”.

Doutora em Relações Internacionais pela USP e mestre em Ciência Política pela Universidade Federal de São Carlos (Ufscar), Mônica Sodré participou do debate, promovido nesta quarta-feira (4) em parceria pela Raps e o jornal O Estado de S.Paulo, intitulado “Desafios da democracia no Brasil: inovação, participação e representação no mundo hiperconectado”.

Também participaram das discussões: Fernando Gallo, gerente de políticas públicas do Twitter no Brasil; Fernando Guarnieri, cientista político; Guilherme Leal, presidente da Raps; e o deputado federal Tadeu Alencar (PSB-PE). A senadora Mara Gabrilli (SP) foi convidada, mas teve um contratempo e não pode participar. A jornalista Eliane Cantanhêde foi a mediadora.

Debate

O evento lotou o auditório do Interlegis em Brasília e o público pode encaminhar perguntas e levantar dúvidas. Entre os presentes, a vereadora de Piracicaba (SP) Nancy Thame, do PSDB. As discussões giraram em torno da manipulação de informações, do conceito de democracia e de uma eventual reforma política.

A jornalista Eliane Cantanhêde lembrou que quando as governadoras Yeda Crusius, no Rio Grande do Sul, e Roseana Sarney, no Maranhão, estavam no poder sofreram pressão simplesmente por serem mulheres.

Mônica Sodré concordou e reiterou que o problema está no sistema de financiamento de campanha: escolhido pelo partido, portanto, definido pela legenda sobre quem deve ser candidato ou candidata.

Fernando Gallo alertou que nem todos os mecanismos de checagem e verificação são confiáveis. Ele chamou determinados instrumentos de “automação maliciosa” e pediu atenção dos leitores para algumas pesquisas e informações que podem ser equivocadas.

O cientista político Fernando Guarnieri ressaltou que a “polarização ideológica é boa para a democracia”, mas que o debate deve ser feito com respeito às diferenças e nos limites das ideias e propostas.

Ação

Criada em 2012, a Rede de Ação Política pela Sustentabilidade pretende selecionar, capacitar e dar apoio a lideranças políticas. Segundo a organização, cerca de 580 lideranças estão ligadas hoje ao grupo.

Os integrantes da Raps estão em 28 partidos políticos com distintas orientações ideológicas. Com mandatos eletivos, são 134, sendo seis senadores, 26 deputados federais, 26 deputados estaduais, dois distritais, 54 vereadores, dois governadores, 14 prefeitos e quatro vice-prefeitos.

Os membros são escolhidos por meio de um processo de seleção anual. De acordo com Mônica Sodré, há um incentivo ao diálogo, à visão de longo prazo e ao conhecimento científico para construção de políticas públicas que promovam o desenvolvimento sustentável do país.

*O debate foi transmitido ao vivo no site do jornal O Estado de S. Paulo.

Debate promovido pela Raps/ Foto: PSDB-Mulher

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