Representando a Secretaria da Mulher da Câmara, a deputada federal Tereza Nelma (AL), e a coordenadora do Fórum Nacional de Mulheres de Instâncias de Partidos Políticos para a região Centro-Oeste, a advogada Luciana Loureiro (DF), em nome do PSDB-Mulher Nacional, participaram da 4ª reunião da entidade em Brasília. O debate envolveu vários temas, como a proposta para acabar com a cota de 30% de gênero e o trabalho desenvolvido pelas Nações Unidas sobre o Índice de Paridade Política na Casa da ONU – ONU Mulheres.
Preocupadas com o fim da cota, as mulheres agendaram uma reunião com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para este mês. O assunto será o único a ser tratado no encontro.
O documento foi autorizado pela presidente nacional do segmento, Yeda Crusius, e protocolado pela deputada Tereza Nelma.
Retrocesso.
“A gente chegou à conclusão que há um ataque financeiro, por trás das propostas de redução de cota, pois a distribuição de recursos tem de ser proporcional ao número de candidato. Se conseguirem diminuir essa cota, seria possível reduzir o repasse”, observou Luciana Loureiro.
A tucana ressaltou que há mulheres para ser candidatas, a falha está na falta de capacitação dessas lideranças para o pleito. Segundo ela, há estudos que mostram esse cenário. “A situação é a seguinte: o jogo está sendo jogado, mas a bola não está no pé, então as regras serão mudadas”, reiterou Luciana Loureiro.
Para a advogada, o receio é pelo retrocesso. “Se esses projetos forem aprovados, iremos voltar há 15 anos quando tínhamos de lutar por direitos iguais para as mulheres e homens. Isso não pode ocorrer”, disse a tucana.
Em discussão ainda a confecção das bandeiras por estado para a identidade visual e a aprovação da cartilha com a história do fórum para a formação das representações estaduais.
Reunião
Houve a do Atenea, mecanismo para acelerar a participação política na América Latina, a pesquisa ainda não está disponibilizada para o público. Porém, o relatório preliminar aponta que o cenário dos partidos políticos brasileiros surpreende pela sua capacidade em refratar a mobilização feminina.
Segundo o documento não conclusivo, mesmo que quase todos os partidos políticos tenham fortemente setoriais de mulheres e que quase metade apresente compromissos com princípios de igualdade de gênero nos seus estatutos, vê-se que sua adesão é muito mais retórica do que efetiva.
As integrantes do fórum foram convidadas para participar da audiência pública da Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos da Mulher sobre os projetos de Lei que retrocedem na atual legislação sobre cotas para as candidaturas femininas, realizada na última terça-feira.