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Para Yeda Crusius, o Real esteve a perigo na gestão Dilma Rousseff

Arquivo Pessoal/Yeda Crusius

A atual presidente nacional do PSDB-Mulher, Yeda Crusius, acompanhou de perto as articulações que levaram à criação da nova moeda brasileira. Nos 25 anos de existência do Real, ela considera que a estabilidade econômica conquistada em 1994 correu os maiores riscos durante o governo da petista Dilma Rousseff.

“O Real estava à perigo com a Dilma e por isso ela caiu. O povo não quer que o Real caia. Então, explica-se isso pela sensibilidade política de ver que quem não mantiver a estabilidade econômica, cai”, observou Yeda ao comentar os 25 anos de criação do Real.

Em seguida, Yeda Crusius acrescentou: “Nós tivemos choques externos. Em 2008, a crise financeira mundial, e passamos por tudo isso estáveis, porque havia as metas para manter a estabilidade no câmbio, moeda e juros. O sistema de metas sobreviveu até o governo Dilma. Ela explodiu isso e a destruição que ela fez foi tão grande, que a gente não se recuperou até hoje”.

Ex-ministra

Como ex-ministra do Planejamento do governo Itamar Franco, Yeda Crusius aponta os fatores que levaram ao sucesso do Real. Para começar a de Itamar Franco em dar carta branca ao então ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso, para que ele montasse sua equipe e elaborasse, sem interferências políticas, um plano de combate à inflação.

“O Real foi feito com uma condição que o Brasil não conhecia na política. Tudo foi negociado coma população e, para isso, teve um período de transição com a chamada URV, a Unidade de Referência de Valor, que transformava a moeda nacional em dólar. Os contratos começaram a ser fechados em URV e não em dólar. E quando trocou pelo Real, cada dólar passou a valer 80 centavos de dólar. Ou seja, o Real valia mais do que o dólar”, lembrou.

Na opinião de Yeda, a estabilidade econômica tirou o foco da população, nos últimos anos, da agenda econômica, sobretudo para a geração mais jovem do país.

“Eles nem se preocupam com estabilidade, porque essa é uma qualidade adquirida. Quando viram essa qualidade à perigo, eles foram para as ruas. Foi a rua que tirou a Dilma, não foi nenhum jogo político. A movimentação das ruas indicou o que essa geração não quer ceder. Eles não querem a corrupção, a mentira, a enganação. Querem liberdade e estabilidade. Só posso dizer a eles, que não percam seus valores”, concluiu.

*Texto de Adriana Vasconcelos com entrevista de Isabella Tavares.

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