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Consultoria observa que eleição de mais mulheres contribui para acesso a recursos

Foto: Facebook da deputada Shéridan

Consultor legislativo sugere regulação mais precisa do tema e paridade de gênero nas candidaturas. Atualmente Lei das Eleições não fixa punições para partidos que descumprirem a cota de 30% de mulheres candidatas nas eleições

Entre 2014 e 2018, o número de deputadas eleitas para a Câmara dos Deputados aumentou de 51 para 77. As mulheres, que representavam 10% da Câmara na legislatura anterior, passaram a ocupar 15% das cadeiras da Casa.

Estudo da Consultoria Legislativa da Câmara, apresentado em reunião da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher, mostra que esse aumento pode ser explicado, em parte, pelo maior acesso delas a recursos públicos de campanha.

Fundo

Em maio do ano passado, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu que pelo menos 30% dos recursos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha e do tempo de propaganda eleitoral gratuita no rádio e na TV deveriam ser destinados às candidatas.

Segundo o estudo da consultoria, entre 2014 e 2018 não houve aumento significativo no número de candidaturas de mulheres. A proporção de candidatas girou em torno dos 30% exigidos pela Lei das Eleições. Mas, em 2018, as candidatas que estavam disputando eram mais competitivas.

Nas eleições de 2014, 9,8% do total de recursos dos partidos iam para as candidatas mulheres. Nas eleições de 2018, 22% dos recursos dos partidos foram direcionados para elas. Ou seja, o acesso a recursos públicos mais que dobrou.

Rigor

Para o consultor legislativo Luiz Henrique Vogel, é preciso regular de forma mais precisa a questão, fixando, por exemplo, punições a partidos que descumprirem a cota de 30% de mulheres candidatas nas eleições. Embora estabeleça o percentual, a legislação eleitoral não prevê sanções aos partidos infratores.

Há informações sobre distorções no cumprimento da cota especialmente nas eleições majoritárias – ou seja na eleição para presidente, governador, prefeito e senador. Para evitar isso, o consultor sugere algumas medidas.

O consultor sugere que os partidos sejam obrigados a ter paridade de candidaturas, com número igual de candidatos homens e mulheres.

Pesquisa do Ibope/ONU Mulheres divulgada em setembro do ano passado revela que, para 77% dos brasileiros, a composição paritária dos parlamentos em todos os níveis deveria ser obrigatória.

Mais de 70% das pessoas entrevistadas concordaram que só existe democracia de fato com a presença de mulheres nos espaços de poder e decisão.

Atualmente o Brasil ocupa a posição 134 em ranking de 193 países relativo à representatividade feminina no Parlamento elaborado pela União Interparlamentar e pela Organização das Nações Unidas.

*Com informações da Agência Câmara.

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