O PSDB-Mulher compareceu em peso a I Rodada de Debates do PSDB, um evento feito em parceria com o Instituto Teotônio Vilela (ITV). Essa primeira edição teve como foco a discussão sobre a Reforma da Previdência encaminhada ao Congresso Nacional pelo governo do presidente Jair Bolsonaro. Durante o debate, os tucanos defenderam um modelo de previdência sem privilégios e entraram em consenso sobre a necessidade de não interferir no Benefício da Prestação Continuada (BPC) e na Aposentadoria Rural. O presidente do partido, Geraldo Alckmin, afirmou que nos próximos 15 dias o PSDB elencará os principais pontos de concordância entre os parlamentares para formular uma proposta tucana sobre a Previdência.
Compareceram as deputadas federais, Bruna Furlan (SP), Rose Modesto (MS) e Shéridan (RR), além da presidente de honra do PSDB-Mulher, Solange Jurema (AL), da presidente do secretariado estadual Adriana Toledo (AL), da assessora jurídica do PSDB-Mulher, Luciana Loureiro (DF), e da ex-constituinte Moema São Thiago (CE).
A deputada federal Bruna Furlan (SP) elogiou a inciativa do presidente Geraldo Alckmin de retomar os debates sobre temas relevantes para o Brasil, mas fez críticas à postura do atual governo em relação a aprovação da reforma. “As reformas importantes para o país sempre foram agenda do PSDB. Nós estamos empenhados em fazer o que deve ser feito, mas nós entendemos que o governo deve liderar este debate”, observou.
Ela acrescentou que a bancada do PSL, partido de Bolsonaro, não parece ter a mesma convicção que a do PSDB em relação à reforma. “Nós iremos elencar algumas prioridades, faremos uma reforma sem privilégios, que é o que a sociedade espera de nós e o que nós sempre nos propusemos a fazer. É a nossa agenda, nós estamos empenhados nisso, mas o governo precisa entender que aprovação dessa reforma começa pela liderança do presidente Jair Bolsonaro, que neste momento me parece que não existe”, completou.
A prefeita de Caruaru (PE), Raquel Lyra, defendeu a manutenção do BPC e da aposentadoria rural, lembrando que existe uma parcela da população que sobrevive apenas com esses benefícios. “Tem coisas que não devem ser tocadas. A gente não deve pagar as contas de tanto tempo de desajustes em cima das pessoas mais vulneráveis. Essa questão de discutir os privilégios deve ser levada a sério, sem um discurso populista e com muita transparência e cautela, como o PSDB sempre faz. É importante tomar posição, mas com um profundo debate sobre cada tema que está sendo levantado”, defendeu.
Na avaliação da presidente de honra, Solange Jurema (AL), a reunião foi positiva e ajudou na formação de uma opinião comum entre os participantes. “Eu vejo a seriedade e a competência de Geraldo Alckmin, vejo essa proposta dos nossos deputados e senadores de fazer o melhor para o Brasil e fico convencida de que é esse o partido ao qual quero pertencer”, elogiou.
Sobre a Reforma da Previdência, Solange acredita que, apesar de pontos divergentes, essa é a melhor proposta para o momento que o país enfrenta. “Acho que essa proposta tem coisas boas e coisas nem tão boas, mas que é a melhor que se pode ter nesse momento. A questão do BPC foi aqui debatida para ser mantida porque beneficia aquelas pessoas que não tiveram a oportunidade de recolher”, disse.
A assessora jurídica do PSDB-Mulher, a advogada Luciana Loureiro (DF), também concordou que o partido deve levar em consideração a sobrevivência das pessoas que dependem exclusivamente da Previdência.
“Enquanto tucana, eu acho que a gente não pode esquecer nunca do nosso “S” . Devemos ver com cuidado o BPC, onde ele deve ser trabalhado para não prejudicar ainda mais os nossos idosos. Quem usa o BPC são pessoas que não tem outra renda e são as que mais precisam. Um debate desse traz a clareza necessária para que os representantes do povo possam traduzir e tirar as dúvidas da população”, disse.
A presidente do PSDB-Mulher se Alagoas, Adriana Toledo (AL), considerou fundamental o retorno desses ciclos de debate. “Isso fortalece o partido e fortalece a democracia. Primeiro quero registrar a felicidade de estarmos retomado os momentos de debate com a bancada do senado, da câmara, com a militância, com especialistas. Isso é muito importante”, opinou.
Adriana destacou a necessidade de ouvir a opinião de especialistas para desmistificar muitos pontos da reforma que foi apresentada. “Trazer especialistas que possam esclarecer esses números de forma que a gente fique forte e concisa na opinião sobre a Reforma da Previdência é muito importante para a nossa colaboração enquanto partido para com a sociedade”, afirmou.
Os palestrantes convidados foram o ex-ministro da Previdência e Assistência Social no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso Roberto Brant, e os economistas Felipe Salto e Paulo Tafner.
Geraldo Alckmin anunciou que o próximo ciclo de palestras será sobre Segurança Pública.
Reportagem Tainã Gomes de Matos