Proposta de aposentadoria em análise no governo deve fazer com que a espera para dar entrada no benefício pelos trabalhadores na ativa seja maior. No entanto, pode gerar maior economia para os cofres públicos e assim ajudar a equacionar o déficit da Previdência. A ideia é encurtar o tempo de transição para adotar uma idade mínima de aposentadoria. A terceira vice-presidente da executiva nacional do PSDB-Mulher, Lêda Tamega ressalta que o objetivo final é evitar que o sistema quebre com consequências desastrosas para o país.
“A máquina vai travar. Ainda tem o tal de pedágio que é o cálculo que o trabalhador terá que fazer, a partir da publicação da reforma, de quanto tempo ainda faltará para cumprir os anos de contribuição. Tudo isso concorre para essa dificuldade em de chegar logo a um consenso. O problema é complicado, exige profundo conhecimento da matéria e está com a nata dos especialistas no tema”, destaca.
O tempo de espera pode ser até de cinco anos a mais em relação à proposta do governo Michel Temer, de acordo com simulações feitas pelo economista Pedro Fernando Nery, consultor do Senado e especialista em Previdência, a pedido do Jornal o GLOBO. Por outro lado o governo obteria uma economia extra de R$ 275 bilhões em relação à proposta de Temer, com prazo de dez anos para que os trabalhadores alcancem a idade mínima, por exemplo.
Um homem de 50 anos, que esteja empregado há 30 no setor privado, pelas regras atuais, poderia se aposentar em 2024, com 55 anos. Pela reforma de Michel Temer, o acesso ao benefício seria mais tarde, em 2027, com 58 anos. Já na proposta de Arminio Fraga e Paulo Tafner, uma das opções a disposição do novo governo, ele só poderia se aposentar aos 60 anos, ou seja, em 2029.
Lêda destaca a necessidade do avanço na solução da reforma para a economia do país. “Só sei que essa reforma já está demasiadamente atrasada e dela depende da capacidade da nossa economia em evitar o colapso total, o que obrigaria o Paulo Guedes (Ministro da Economia) e sua equipe a lançar mão do plano B, ou seja, desarticular tudo que afeta a economia e, junto com o Congresso, montar novo esquema a partir do zero.”
Reportagem Karine Santos, estagiária sob supervisão com informações do jornal O Globo