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Tucana alerta sobre problema social gerado por discriminação contra mulher no mercado de trabalho

Foto: Divulgação

Pesquisa mostra que as brasileiras têm mais um desafio a enfrentar no mercado de trabalho. Já não bastava a distorção salarial em relação aos homens, as mulheres que têm filhos ganham menos. Dados do IBGE apontam que uma mulher com três ou mais filhos ganha até 40% menos, em média, do que uma colega que não é mãe. No primeiro filho a diferença salarial já pode ser percebida: 24% menos. Questões culturais e dificuldades como a falta de acesso a creches ajudam a explicar a discrepância.

“A gente sabe que a discriminação salarial com as mulheres é histórica. Temos que lutar para isso mudar. Porque hoje mais de 40% das famílias são geridas por mulheres. Se elas têm filhos, tem que sustentar os filhos e são discriminadas por isso, a situação passa a ser dramática”, argumenta a deputada estadual Terezinha Nunes (PSDB-PE).

A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, do IBGE, compilados pela consultoria IDados, considerou trabalhadoras de 25 a 35 anos e casadas. Nesse grupo, as que têm filhos são a maioria no mercado de trabalho. No primeiro semestre, elas somavam 2,92 milhões de trabalhadoras, contra 1,36 milhão das que não são mães.

Alguns fatores, como questões culturais, falta de acesso a creches e dificuldades para conciliar os cuidados familiares com o aprimoramento da formação ajudam a explicar a desigualdade salarial entre as mulheres com filhos das demais, diz o economista do Ibre/FGV e pesquisador do IDados, Bruno Ottoni.

Quando aumenta o número de filhos, todas as questões que normalmente pesam para uma mulher vão se acumulando, diz ele. “Há desde problemas ligados ao preconceito, quando o chefe acha que ela vai se dedicar menos ao emprego, aos empregadores que não querem reorganizar a equipe para as mudanças que uma gravidez e filhos pequenos provocam.”

Terezinha Nunes defende que haja uma ação para conscientização dos empregadores, a fim de acabar com o preconceito. “É mais um desafio que temos de enfrentar para conscientizar os empresários para que não faça mais esse tipo de discriminação contra as mulheres.”

A tucana alerta que a situação se torna um problema social, porque ao ganhar mesmo fica sem condições de investir na educação dos filhos.

“Como as mães poderão dar educação de qualidade aos filhos? É um problema da sociedade. Precisa de uma adesão dos homens nisso. É preciso que a gente dê oportunidade desses jovens para que o Brasil possa avançar e reduzir esses altos índices de violência.”

O Brasil terminou o ano de 2017 com menos da metade das crianças de zero a três anos matriculadas em creches em todos os Estados. Só 32,7% das que estão nessa faixa etária são atendidas, segundo o IBGE.

Reportagem Shirley Loiola com informações do Jornal O Estado de São Paulo

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