Ícone do site PSDB-Mulher

Em entrevista ao Roda Viva, Mara Gabrilli defende Direitos Humanos e unidade partidária

Foto: Divulgação

A senadora eleita por São Paulo, Mara Gabrilli (PSDB-SP), destacou na noite de segunda-feira (3), durante o programa Roda Viva, da TV Cultura, que pretende defender na próxima legislatura a reforma tributária, uma pauta ampla no que se refere aos Direitos Humanos, o combate à corrupção e as políticas públicas para proteção das mulheres. Mara é psicóloga e publicitária, exerceu dois mandatos como vereadora em São Paulo antes de se eleger também duas vezes para Câmara federal. Nas eleições de 2018, recebeu cerca de 6 milhões de votos dos paulistanos para representar o estado no Senado.

A possível manutenção da Secretaria dos Direitos Humanos foi o tema inicial da entrevista. Segundo Ricardo Lessa, apresentador do programa, uma conversa entre Mara Gabrilli e o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) foi fator decisivo para manutenção do órgão.

“Acredito que ele dará foco as essas questões. A secretaria incluirá minorias, pessoas com deficiência, mulheres, mas não dentro dos Direitos Humanos, mas em uma pasta conjunta. Não posso esquecer da igualdade racial, LGBT, e todas essas questões que hoje são tão importantes. Tendo em vista que as desigualdades brasileiras aumentaram, acho que é um momento importante para dar status de ministério para esses temas”, disse.

Situação X Oposição

Ao ser questionada sobre sua postura antes e depois das eleições e de como ela e o partido irão se posicionar durante o próximo governo, Mara Gabrilli foi enfática ao afirmar que o foco de seu trabalho será melhorar o país. “O palanque acabou e ele foi eleito o presidente do Brasil. Eu jamais teria a postura de fazer oposição só por fazer ou ser situação só por ser. Quero ajudar a construir o Brasil que todos nós queremos”, completou.

A futura senadora afirmou ainda que o PSDB tem que se posicionar a favor do Brasil e isso implica em avaliar cada passo do próximo governo. “Eu acredito nesse formato de construção coletiva. Quem ganha é o Brasil”, acrescentou.

Reconstrução

A tucana acredita que atualmente existe um esforço dentro do partido em unir pensamentos e buscar consenso nas questões intra e extrapartidárias. “Temos possibilidades sim de fazer isso. Mesmo tendo uns que defendem um lado e outros outro, todos me ligaram dizendo que gostaram da minha postura diante do Bolsonaro”, revelou.

Corrupção

No tocante ao combate à corrupção, a deputada explicou que tem uma proposta que já está na consultoria legislativa. De acordo com ela, seria um Projeto de Resolução para a criação de uma comissão mista de combate à corrupção e ao crime organizado.

“Uma comissão que trabalhe com Legislativo e com Executivo, e principalmente, com as intuições da sociedade civil como, por exemplo, a Transparência Brasil, a Todos Contra a Corrupção, para que a gente possa monitorar e fiscalizar as ações do governo. Isso eu conversei com o nosso futuro ministro Sergio Moro porque é importante ter uma sinergia de ações até para que ele sinta que há respaldo no Congresso para várias ações e vice-versa”, afirmou.

Pauta liberal

Mara Gabrilli foi interrogada também sobre como as pautas tidas como liberais como a liberação do porte de armas, o veto incondicional para debates contra o aborto, a descriminalização de drogas para fins medicinais, entre outros temas, serão abordados diante de um governo conservador. Na sua avaliação, a atitude e a forma de trabalhar de cada parlamentar vai ser fundamental para o andamento desses tipos de temas.

“O Congresso está ali para isso e sempre tem muita diversidade. E acho que o que vai importar será a atitude e a forma de cada um trabalhar. Eu tenho que acreditar que conseguiremos avançar nestes temas”, disse.

Pessoas com deficiência

A pauta sobre as pessoas com deficiência no Brasil continuará sendo a principal bandeira de Mara Gabrilli no Senado. Segundo ela, os trabalhos irão começar com atenção voltada para os autistas do Brasil.

“É um público bastante excluído e negligenciado e é urgente conseguir incluir essas pessoas. Eu trabalho muito com educação e tenho o sonho de um dia nunca mais uma escola rejeitar matrícula de aluno com deficiência. E acho que tornar uma educação de qualidade também é fundamental e fazer com que as escolas tenham acessibilidade. Hoje só 29% das escolas de ensino básico tem acessibilidade”, lamentou.

Violência contra a mulher

A tucana revelou ainda que tem conversado com o governador eleito em São Paulo, João Doria, sobre priorizar as políticas públicas voltadas para a segurança do público feminino no estado. “Tenho pedido a ele que trabalhe contra a violência contra a mulher, porque o índice de violência do estado de SP melhorou, mas a violência contra a mulher não melhorou, o estupro aumentou. Então, muitas vezes eu venho trabalhando nessa linha de chamar atenção para questões que ao meu ver são de extrema urgência”, concluiu.

Reportagem Tainã Gomes de Matos

Sair da versão mobile