Pelo menos 2.795 mulheres foram vítimas de feminicídio na América Latina em 2017, de acordo com a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), vinculada à Organização das Nações Unidas (ONU). Desses, cerca de 40% ocorreram no Brasil, 1.133 do total.
Para a Presidente do PSDB-Mulher do Ceará, Sheila Diniz, é preciso repensar ações que impeçam que esses números cresçam. “Estamos num momento de repensar um Brasil e a questão do feminicidio. Não dá para pensar o Brasil hoje comparado com 20 anos, 30 anos atrás. Nós temos que repensar. Buscamos as melhorias e, às vezes , não paramos para refletir.” avaliou.
O levantamento mostrou que por proporção o Brasil tem um índice de 1,1 feminicídios a cada 100 mil mulheres, mesmo número da Argentina e Costa Rica. El Salvador é o país que lidera a lista com taxa de 10,2 assassinatos a cada 100 mil mulheres. Não dá para ter uma comparação exata com dados dos anos anteriores porque havia diferença na forma de entender o conceito de feminicídio.
A Cepal destacou que 18 países latino-americanos modificaram suas legislações nos últimos anos tornando mais graves as penas para quem comete o feminicídio. Costa Rica em 2007, Guatemala em 2008, Chile e El Salvador em 2010, Argentina, México e Nicarágua em 2012, Bolívia, Honduras, Panamá e Peru em 2013, Equador, República Dominicana e Venezuela em 2014, Paraguai em 2016 e Uruguai em 2017. No Brasil, o feminicídio se tornou crime hediondo em 2015, com a lei 13.104.
“Antigamente essas coisas não vinham muito a público, era tudo escondido, não ia para imprensa, não se discutia. Hoje já é uma coisa mais aberta e o avanço é progressivo. Eu acho que é um momento de parar todo mundo e analisar esse fator que é preocupante. Nós estamos querendo resultados comparativos e não estamos parando para analisar o que está correto”, observou Sheila.
Reportagem Karine Santos, estagiária sob supervisão