A deputada federal Mara Gabrilli (PSDB) foi eleita nas últimas eleições senadora por São Paulo com 6,5 milhões de votos. A deputada tem no seu gabinete, funcionário cego, surdo, gago, autista, gay, hétero, homem, mulher, negro e branco. “Tem tudo o que você pode imaginar, é uma salada. E é por ser assim que eu consigo enxergar com responsabilidade vários segmentos”, disse Mara a Thiago Herdy, colunista da revista Época ao comentar seu sentimento diante da eleição de Jair Bolsonaro. “Uma das coisas para que mais trabalho é combater a discriminação. Então dá um medo, né?”
Recentemente, Mara se reuniu com Bolsonaro e ouviu dele: “Você sabe que eu não sou bom nesse negócio de direitos humanos, né?”. Logo respondeu: “Vai ter que ficar”. Para Mara, Bolsonaro deu sinais de que a enxerga como “uma figura para ficar por perto”.
“Sou oposição, mas oposição responsável. Nunca ataquei alguém por atacar, sempre enalteci boas iniciativas, mesmo que fossem de partidos com ideias opostas às minhas. Trabalho contra todas as formas de discriminação e para que as pessoas consigam ter o mínimo para viver com qualidade. Sinto que meu trabalho agora vai ser mais importante do que já foi”, afirmou Mara.
Para quem acha que o país deve ter outras prioridades, a tucana avisa: “se a calçada for boa para o cadeirante, ela é boa para todo mundo. Se o transporte atende bem aos cegos, atende bem a todos cidadãos. Se o professor é treinado para dar aula para autista ou surdo, é mega qualificado para dar aula a qualquer aluno. Se a política pública é boa para este público, ela é boa para todo mundo”.
*Com informações da Revista Época