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Em despedida, Yeda Crusius faz balanço do mandato e defende a reestruturação do PSDB

Foto: Luis Macedo/ Acervo Câmara dos Deputados.

A presidente do PSDB-Mulher, deputada federal Yeda Crusius (RS), ocupou a tribuna na Câmara nesta terça-feira (30) disposta a fazer um balanço de seus 30 anos de vida pública. Assim como vários de seus colegas de bancada, a tucana não conseguiu se reeleger nas eleições deste ano. Ela aproveitou o discurso para defender a reestruturação do PSDB, que teve a terceira maior bancada eleita em 2014, com 54 deputados, mas cairá para o nono lugar a partir da próxima legislatura, com apenas 29 representantes.

Emocionada, a parlamentar iniciou seu pronunciamento ressaltando a alegria de ter representado mais uma vez o Rio Grande do Sul. “Considero esta etapa como deputada federal, no meu 4º mandato, completada. E por isso a minha felicidade, porque eu tive a oportunidade, pelo voto popular, sequencialmente desse 1994, de exercer funções no Legislativo Federa e também como governadora, enfrentando diversas eleições como estas do último domingo”, disse.

Yeda lembrou que o início de sua trajetória na política coincidiu com a criação do PSDB, destacando que seu trabalho sempre foi pautado pelos valores definidos naquela época. “No dia 25 de junho deste ano o PSDB completou 30 anos e o PSDB-mulher, que eu ajudei a formar e a fundar, completou 20. O PSDB foi feito pelo ideário de muitos líderes e eu vou citar somente dois que já nos deixaram: Mário Covas e André Franco Montoro. Aqui nessa Casa nasceu o partido por força de uma decisão de uma Constituinte”, recordou.

Eleições 2018

A deputada fez uma retrospectiva dos últimos acontecimentos do cenário político brasileiro e relacionou a recente vitória do deputado federal Jair Bolsonaro à presidência da República como consequência dos 13 anos de governo petista, que colocaram o país na maior recessão econômica da história.

“A presidente eleita em 2014 [Dilma Rousseff] foi tirada do poder pelo povo. Quem coloca e tira políticos dos cargos é o povo. Essa recessão do tempo de Dilma e o ciclo econômico da criação destrutiva tem relação direta com o que estamos votando agora”, observou.

Para Yeda, agora é preciso “enxergar através da eleição” e ouvir o que o povo quer dizer com a escolha democrática de um presidente. “Foi eleito um militar pelo voto direto. Antes, eram eleitos pelo voto indireto militares do regime. Estamos voltando às origens. Estamos vivendo agora o que se viveu nos anos 60. O povo pedia ordem e o povo pediu hoje no país a mesma ordem. Os brasileiros disseram não à volta do PT”, acrescentou.

PSDB

Durante seu pronunciamento, Yeda Crusius lamentou a crise interna enfrentada pelo PSDB e reiterou a necessidade de uma reformulação da sigla. “Venho afirmar aqui, na minha despedida, que o PSDB é hoje como instituição fraturada, sem acordo internos, sem discussão democrática, não ouviu as vozes das ruas. E ao não ouvir, decretou a sua derrota para 2018”, afirmou.

Para a deputada gaúcha, o momento deve ser de reflexão e planejamento para o futuro. “Está na hora de reconhecemos com humildade a nossa derrota. Fazer o diagnóstico e nos propormos, como partido do centro democrático, a seguir no mesmo rumo do desenvolvimento sustentável, no respeito as liberdades,  reformatarmos a legenda. A hora não é fácil”, concluiu.

Protagonismo feminino

A despeito da redução da bancada tucana na Câmara, Yeda Crusius fez questão de ressaltar o aumento da representatividade feminina no partido, que registrou um crescimento de 60% de deputadas federais em relação a eleição de 2014 e de 33% de deputadas estaduais em todo o país. O trabalho do secretariado foi classificado como “fundamental” para as atuais conquistas.

“O PSDB-Mulher organizou as eleições das tucanas junto com os diretórios estaduais. E com o financiamento do Fundo Eleitoral, nós aumentamos a nossa bancada. É um feito. Elegemos também a nossa colega Mara Gabrilli senadora, a primeira e única pelo PSDB de São Paulo”, destacou.

A tucana terminou seu discurso agradecendo aos familiares, deputados, senadores, servidores e todos os colaboradores que contribuíram para que o trabalho fosse realizado da melhor maneira possível.

Reportagem Tainã Gomes de Matos 

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