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Com salário igualitário, mulheres injetariam meio trilhão de reais a mais na economia

Apesar dos diversos avanços conquistados nas últimas décadas, as mulheres ainda enfrentam grandes desigualdades de gênero no cotidiano, a começar pela remuneração. O salário médio feminino no Brasil, de R$ 1.947, corresponde a apenas 76% do masculino, de R$ 2.517. Segundo pesquisa divulgada nesta sexta-feira (28) pelo Instituto Locomotiva, se os salários fossem equiparados, as mulheres injetariam R$ 484 bilhões a mais por ano na economia. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Realizado em setembro, o levantamento mostra como os brasileiros enxergam três pontos: as mulheres brasileiras, as desigualdades cotidianas e a participação feminina na política. A pesquisa revelou também que, nos últimos anos, as mulheres impulsionaram as principais transformações no Brasil.

Para a vereadora e candidata a deputada estadual Cristina Lopes (PSDB-GO), o cenário ainda é muito dramático para as mulheres e reflete a necessidade de uma participação e representatividade cada vez maior e mais efetiva do sexo feminino na política.

“Precisamos trabalhar muito e termos mais mulheres no poder porque é no exercício da política que se tomam as decisões, inclusive relacionadas à igualdade de salários. Nós, mulheres, precisamos manter essa vigilância constante e reagir”, afirmou.

Segundo a tucana, os dados revelados pela pesquisa apenas constatam uma realidade sentida no dia a dia pelas mulheres brasileiras.

“As pesquisas são claras, a constatação é diária, o cotidiano nos coloca em um salário muito inferior. A tomada de reação e decisão parte de nós, mulheres. A pressão tem que ser feita por nós. A não aceitação dessa desigualdade parte do campo individual para o coletivo”, completou.

Os dados da pesquisa refletem o protagonismo inédito que as mulheres assumiram no Brasil do ponto de vista econômico e social, mas também indicam que o caminho para a igualdade de gênero passa por políticas de igualdade. No Brasil, as mulheres representam 52% do eleitorado e 44% da população economicamente ativa, mas ainda assim têm uma participação pequena na política: compõem apenas 10% do parlamento federal.

Essa baixa representação – admitida por 94% das mulheres que disseram não se sentir representadas pelos políticos em exercício – não tem relação com um suposto desinteresse feminino em relação à política: 76% das entrevistadas concordam que seu voto pode fazer a diferença no país, 72% afirmam se interessar em algum grau por política e 95% acreditam que deveria haver maior participação feminina nas esferas de poder.

A vereadora chamou atenção ainda para o cenário político atual e a quantidade de apoiadores de candidatos que invisibilizam, entre outras causas, a equiparação salarial entre homens e mulheres.

“É incompreensível o crescimento de um candidato que defende a diferença salarial para homens e mulheres para o mesmo cargo, mesmo desempenho. Estou assustada de ver as manifestações favoráveis a candidaturas que defendem esse absurdo. Nós, mulheres, precisamos reagir a isso urgente”, destacou.

Reportagem Clarissa Lemgruber

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