A participação feminina na disputa de vagas ao Senado ainda é pequena, se comparado com a masculina. Elas representam 17,6% dos candidatos e eles 82,4%. Apesar disso, o número de candidatas ao Senado bateu recorde em relação as eleições anteriores. Em 2014, por exemplo, as candidaturas femininas ao cargo não passaram de 13,2%.
Aspásia Camargo, candidata ao Senado pelo PSDB do Rio de Janeiro, confirma a dificuldade das mulheres para participar de um mundo ainda excessivamente masculino: “As candidatas ao Senado mulheres são heroínas, deviam receber toda homenagem e gratidão do povo brasileiro, porque precisa ser corajosa para ser candidata nesse mundo masculino, agressivo, um mundo sem dó nem piedade.”
Este ano, 62 mulheres e 291 homens estão disputando 54 vagas no Senado. O PSDB tem três representantes nessa disputa, além de ter várias suplentes, o que não deixa de ser um avanço. Até bem pouco tempo, elas sequer eram cogitadas para a suplência. E vale ressaltar, que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso iniciou sua trajetória política como suplente do senador Franco Montoro e assumiu a vaga definitivamente após o titular se eleger governador de São Paulo.
A decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de garantir 30% dos recursos do Fundo Eleitoral para as candidaturas femininas ajudou a ampliar o número de candidatas nas eleições deste ano. Mesmo as suplentes estão se beneficiando desses recursos, por decisão da direção do PSDB-Mulher. Aspasia destaca a importância de não só ter mais mulheres candidatas, mas como também elegê-las. “O número recorde nos deixa muito feliz, mas o que mais interessa é o número recorde de eleitas. Hoje as mulheres estão efetivamente ocupando espaço de liderança em todas as áreas profissionais. Estão se destacando como juízas, como médicas, como advogadas, como engenheiras e na política ninguém consegue porque os homens barram”, observou.
Reportagem Karine Santos – estagiária sob supervisão