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Número de candidatos negros mantém proporção em relação a 2014; jovens sofrem queda

Dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) apontam que o percentual de candidatos negros em busca de uma vaga na Câmara dos Deputados nas eleições deste ano manteve o mesmo índice proporcional do último pleito, disputado em 2014. Das 8.207 candidaturas registradas para concorrer a uma cadeira como deputado federal, 10,6% se declarou como preto ou pardo. Em contrapartida, o número de jovens na atual disputa apresentou queda.

Apesar da igualdade proporcional, o segmento negro apresentou relativo aumento no número absoluto de candidatos. Em 2014, 2.930 candidatos postularam uma cadeira como deputado federal, sendo que 701 eram de cor preta e outros 2.229 se denominaram pardos. Neste ano, o índice subiu para 3.447 candidaturas para a Câmara dos Deputados. Destes, 896 se declararam como pretos e outros 2.551 se disseram pardos.

O presidente nacional do Tucanafro, Juvenal Araújo (MG), ressaltou o trabalho feito dentro do segmento negro do PSDB para contribuir com a mudança de cenário em relação às candidaturas. O tucano destacou o desempenho obtido nas eleições municipais de 2016, quando o partido se posicionou como um dos que mais elegeu candidatos pretos e pardos aos cargos de prefeitos e vereadores disputados no pleito, como um dos exemplos.

“O PSDB foi o partido com maior número de prefeitos pretos eleitos e o segundo que mais elegeu vereadores pretos. É a nossa notícia positiva nesse ponto. O trabalho interno no partido conseguiu um grande avanço em 2016 e nossas lideranças estão concentradas em número maior nos municípios, mais especificamente nos cargos de prefeitos e vereadores”, pontuou Juvenal ao lembrar que o partido elegeu 12 prefeitos pretos e 204 pardos e outros 236 vereadores pretos e 1.702 pardos naquela eleição.

Na visão do presidente do Tucanafro, é preciso continuar com o trabalho de incentivo partidário para que as candidaturas negras tenham maior expressão nas próximas disputas e a Câmara dos Deputados reflita melhor a condição racial do país. “Nós saímos na frente porque estamos nos índices maiores em relação a candidatos pretos eleitos. É necessário um apoio aos segmentos negros dentro dos próprios partidos para as candidaturas aumentarem nos próximos pleitos eleitorais”, afirmou.

Candidaturas de jovens apresentam queda em relação a 2014

Enquanto o segmento negro apresentou aumento no número absoluto de candidaturas e manteve a proporção em relação às últimas eleições à Câmara dos Deputados, o número de candidatos jovens ao cargo de deputado federal caiu. Considerando os candidatos de 19 a 29 anos de idade, os números passaram de 457 (6,4% do total de candidatos), em 2014, para 408 (4,9%), em 2018.

Na visão de Marcos Saraiva (SP), presidente nacional da Juventude PSDB, a queda da representatividade jovem no pleito eleitoral deste ano reflete a falta de esperança na política deixada pelos últimos governos do PT. “Quando você tem um governo Lula e depois Dilma com essa série de escândalos de corrupção, as pessoas ficam desestimuladas e descrentes de que a política é capaz de melhorar a vida das pessoas. Essa queda representa a dificuldade de renovação, especialmente para o jovem”, avaliou.

Porém, o tucano ressaltou a atuação do partido nas eleições de outubro, destacando o número expressivo de candidaturas jovens e a grande possibilidade de vitória dos candidatos. Para Saraiva, é preciso que os partidos políticos mantenham o investimento na formação dos quadros jovens para abrir mais espaço e oportunidades e causar uma renovação dentro da política brasileira.

Para ele, a inserção na vida de um partido político é o principal meio para mudar o quadro atual. “O PSDB tem feito isso, mas nem todos os partidos fazem. Com isso, pouca gente tem a intenção de engajar e os que querem acabam buscando outras formas de participação que não a partidária e isso é um erro. A verdadeira forma de transformar a sociedade é através da política institucional e aplicação de políticas públicas”, indicou.

Reportagem: Danilo Queiroz

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