Apesar da redução de casos, o combate ao Zika Vírus não pode parar: “Foi uma negligência das autoridades de saúde que gerou tantos casos de microcefalia”, alerta a candidata a deputada federal, psicóloga Tereza Nelma.
A Gerência de Vigilância de Agravos Transmissíveis, da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), está divulgando uma queda no número de casos de várias doenças relacionados ao mosquito Aedes Aegypti. O boletim epidemiológico aponta uma redução de mais de 77% nos casos de Zika Vírus. De 128 casos suspeitos, registrados em 2017, caíram para apenas 29, nesse primeiro semestre, em Maceió.
No entanto, Tereza Nelma, sempre engajada com a causa da saúde e das pessoas com deficiência, reitera que, mesmo com a queda significativa, é preciso atenção para que não haja um novo surto. Além dos terríveis sintomas que o Zika Vírus acarreta na população em geral, permanece uma atenção especial às mulheres grávidas, que podem gerar bebês com diversas deficiências, inclusive a microcefalia.
Tereza enfatiza que a primavera e o verão estão se aproximando e, com eles, a incidência de mosquitos também aumenta. Dados do Ministério da Saúde mostram que cerca de 22% do total de municípios brasileiros têm grande probabilidade de infestação e surto de dengue, zika e chikungunya. Isso mostra que não podemos baixar a guarda e, desde já, devemos intensificar as ações de combate ao mosquito.
“Alagoas ainda hoje sofre com os reflexos do surto anterior e são dezenas de crianças com microcefalia e outras deficiências, ainda muito carentes de atenção do poder público.”, acrescenta Tereza.
Ela lembra que um estudo realizado em 2016 pelo ANIS- Instituto da Bioética, revelou que a maioria das mulheres da epidemia de Zika em Alagoas são o retrato da desigualdade social brasileira: jovens, negras ou indígenas, pouco escolarizadas, desempregadas, na qual três em cada quatro delas vivenciou a primeira gravidez ainda na adolescência. Além disso, quase todas são totalmente dependentes da saúde pública, assistência social e educação para cuidar de si e de seus filhos afetados pela síndrome.
Em 2017, quando os reflexos da epidemia ficaram mais evidentes e pôde-se, então, analisar com mais clareza o número de bebês com deficiência, em decorrência da Síndrome, percebeu-se o quanto o estado ainda era negligente com os ‘filhos da Zika’. “Temos que encontrar outros caminhos para apoiar essas mães lutando por mais dignidade e garantir o acompanhamento em vários centros especializados, inclusive na Associação Pestalozzi de Maceió”, diz Tereza.
“Infelizmente, devido a inúmeros fatores sociais, há grande probabilidade de que surjam novos casos da Síndrome do Zika Vírus. Por isso, a informação e o apoio do poder público são partes primordiais nesse combate. Continuarei junto, disseminando informações para a sociedade, fortalecendo as famílias e garantindo um acompanhamento humanizado para essas crianças”, concluiu.
*Da assessoria da vereadora