A deputada federal Conceição Sampaio (AM) concordou com a declaração feita pela presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Rosa Weber, nesta segunda-feira (20), de que as mulheres estão subrepresentadas na política brasileira. Apesar de serem 52% do eleitorado, elas representam apenas 30,7% dos candidatos inscritos para as eleições de 2018.
“Eu luto muito para que a gente tenha em um futuro bem próximo exatamente os parlamentos, o executivo, com uma representatividade melhor e maior porque sabemos que uma sociedade desigual não pode ser chamada de democrática”, disse a tucana.
A ministra fez a afirmação durante o seminário sobre igualdade de gênero “Elas por Elas”, realizado no Supremo Tribunal Federal (STF). Além da presidente do TSE, também participaram do debate a presidente do STF, Cármen Lúcia, a presidente do STJ, Laurita Vaz, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, a advogada-geral da União, Grace Mendonça, e a procuradora-geral do Ministério Público junto ao TCU, Cristina Machado.
Voto feminino
Para Conceição Sampaio, a ideia de que apenas o fato da candidata ser mulher já é motivo suficiente para garantir o voto feminino é ultrapassada. “A mulher vai votar em outra quando se sentir devidamente representada, quando ela realmente perceber que muitas mulheres estão preparadas para representar a sociedade brasileira de um modo geral. Para representar mulheres e homens. Acho que isso é o mais importante”, acrescentou.
A tucana prevê uma melhora no quadro de mulheres eleitas nestas eleições devido às novidades que beneficiam as brasileiras que escolheram se candidatar. “Acredito que o ganho de recursos financeiro vai contribuir para o aumento da representatividade, mas confio também no trabalho que vem sendo feito pelo PSDB-Mulher ao longo desses anos. Foram muitas horas de capacitações e de treinamentos para que incentivássemos as mulheres de todo o país a participarem mais”, completou.
Vice dos sonhos
Conceição Sampaio elogiou a escolha feita pelo PSDB de compor a chapa presidencial com a senadora Ana Amélia. Segundo a tucana, a progressista é uma mulher forte e tem se mostrado coerente nas questões referentes a igualdade de gênero.
“O PSDB acertou muito em trazer para a composição da nossa majoritária a senadora Ana Amélia. Isso agrega muito porque ela é uma mulher aguerrida e preparada. Sem dúvidas isso reflete muito nesse momento de eleições e de decisão”, disse.
Laranjas
A Procuradoria Eleitoral investiga as chamadas candidaturas laranjas, de mulheres registradas como candidatas, mas que não receberam nenhum voto nas eleições, ou seja, apenas para que o partido conseguisse cumprir formalmente a cota legal.
Segundo Rosa Weber, esse número foi de 14.417 candidatas nas eleições de 2016, contra 1.714 candidaturas masculinas na mesma situação.
“Façamos, mulheres, ao exercer todas nós esse direito essencial da cidadania que é voto, a diferença para um fortalecimento para o estado democrático de direito, conquista diária e permanente de todos nós, com a consciência de que em nossas mãos, mulheres, está o destino do país, com a construção da sociedade que todas queremos igualitária, justa e inclusiva”, afirmou a ministra durante o evento no STF.
Rosa Weber foi relatora do processo que fixou percentual mínimo de 30% para as candidaturas de mulheres do dinheiro do Fundo Especial para Financiamento de Campanha, um fundo público criado para as eleições desse ano. A legislação eleitoral fixa um percentual mínimo de 30% para as mulheres entre o total de candidatos apresentados por cada partido.