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De volta à política, Moema São Thiago pretende melhorar a qualidade de vida dos cearenses

Candidata tucana a deputada federal pelo Ceará nas eleições de 2018, Moema São Thiago tem uma importante trajetória no cenário político brasileiro. Deputada constituinte, eleita aos 40 anos, esteve em 91% das votações que moldaram o texto da “Constituição Cidadã”, aprovada após os 20 anos de ditadura militar. De lá para cá, as propostas da tucana ainda preservam os valores defendidos durante a Assembleia Nacional Constituinte, como a defesa pela a igualdade de gênero em todos os setores da sociedade.

Após 30 anos longe da vida política, Moema volta em um momento histórico para as mulheres no Brasil, após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) garantir às candidaturas femininas 30% do Fundo Eleitoral.

“Estou voltando porque é um desafio. Eu não poderia estar fora nesse momento, se nesses 30 anos eu passei denunciando, pedindo cotas, apoio financeiro, tempo de televisão. Então, se veio, eu tenho que participar’, pontuou.

Numa comparação entre a época da Constituinte e o momento atual da política, Moema acredita que o tempo é de mudança. “A Constituinte foi um momento de descrença no país e hoje também vivemos um momento de descrença não só no Brasil, como no mundo. Então esse é meu ato de fé. Esse país é lindo, é maravilhoso e tem um povo único. Vamos transformar o Brasil num grande campo de justiça social, de democracia de felicidade e de humanidade. Vamos em frente, vamos à vitória, Geraldo presidente”, afirmou.

Entre as bandeiras defendidas por Moema São Thiago estão a segurança pública, o combate à corrupção e à violência contra as mulheres. “Estou voltando a disputar eleições por estar indignada, como mulher e como cearense, com o domínio das facções criminosas e dos grupos políticos coniventes com o crime organizado que dominam o Ceará. A quem interessa o crime no Ceará, a não ser a quem defende a manutenção do ‘status quo’ e a política dominante? ”, observou a tucana.

Políticas públicas voltadas para educação e saúde também estão entre as prioridades de Moema. “ O Ceará e o Brasil precisam de justiça social. O Ceará foi o primeiro estado a libertar os escravos e não pode continuar a ser uma região dominada pela violência. Quero colocar em prática tudo aquilo que defendi na Constituinte”, completou.

História

Moema São Thiago nasceu em Formiga, Minas Gerais. Viveu no Rio de Janeiro até os 14 anos, indo para o Ceará com esta idade, como afilhada do governador então eleito, Virgílio Távora.
Aos 16 anos, ganhou uma bolsa do American Field Service, para ir aos Estados Unidos como “Pequena Embaixadora do Brasil”. Dentro do diretório acadêmico norte-americano, posicionou-se contrária à guerra do Vietnã, o que lhe valeu uma advertência, pois como pequena embaixadora, se fazia necessário a concordância com a política vigente no EUA.

De volta ao Brasil, ingressou na militância estudantil em 1968, participando ativamente da resistência ao autoritarismo durante a década de 1970. Cumpriu exílio político no Chile, em Cuba, na Argentina e em Portugal. Foi fundadora e coordenadora do Comitê Pró-Anistia no Brasil, em Lisboa (1975-1979). Em Portugal, foi também secretária da Organização do Congresso dos Trabalhistas (1979) e signatária da Carta de Lisboa.

Quando retornou ao país, participou ativamente da fundação do PDT Nacional e do PDT no Ceará. Pelo partido, disputou a prefeitura de Fortaleza em 1985. Na ocasião, enfrentou a deputada Maria Luíza, mantendo um debate franco e pedindo aos eleitores que “votassem em uma mulher”, o que também contribuiu para a vitória da adversária.

Deputada constituinte eleita pelo PDT aos 40 anos, esteve em 91% das votações. Das 96 emendas que apresentou, 31 foram aprovadas. Votou a favor do rompimento de relações diplomáticas com países com política de discriminação racial, da limitação do direito de propriedade privada, da remuneração de 50% superior para o trabalho extra, da jornada semanal de 40 horas, do aviso prévio proporcional, da unicidade sindical, do voto aos 16 anos, da criação de um fundo de apoio à reforma agrária, entre outras. Votou contra a pena de morte, o presidencialismo e o mandato de 5 anos para Sarney.

Articuladora, foi uma das responsáveis pela fundação do PSDB. Assim como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, Moema é membro da direção partidária desde a formação de sua primeira comissão executiva.

Conhecedora dos principais problemas sociais e políticos dos países do então chamado Terceiro Mundo, criou e foi a primeira ocupante da Secretaria Internacional do PSDB. Também foi do membro do primeiro secretariado do PSDB-Mulher, como vice-presidente. Além disso, trabalhou ativamente na organização nacional do partido, com o objetivo de viabilizar a candidatura de Mário Covas à Presidência, em 1989.

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