Esse é o primeiro sentimento que muitas mulheres devem ter sentido ao ver aquele patético vídeo de homens tentando mostrar sua virilidade constrangendo uma mulher russa. Se valendo do fato dessa simpática moça não entender o que os ‘alegres’ torcedores brasileiros falam sem que ela entendesse do que era pronunciado entre risos.
Que papelão! Que “papelão machista”! Um “abuso moral”! Como bem lamentaram as cantoras Ivete Sangalo e Daniela Mercury em seus perfis no twitter.
Talvez um sentimento parecido ao que a maioria dos brasileiros teve ao ver campões olímpicos dos Estados Unidos da América mentindo sobre um suposto assalto do qual haviam sido vítimas pelas ruas da cidade sede da Olimpíadas, o Rio de Janeiro.
Horas depois, câmeras indiscretas revelaram sem demora a tal mentira. Valendo-se da má fama da capital carioca – hoje tão famosa por suas praias como pela violência que assusta moradores e turistas – os americanos tripudiaram em cima do orgulho brasileiro.
Os atletas ‘pinóquios’ foram embora correndo, com medo de se submeterem à lei brasileira e às suas prisões superlotadas. Mas a verdade nos vingou!
Agora é justamente o contrário, só nós que estamos envergonhados de ver que ainda existe gente assim, capaz de tirar proveito da inocência alheia. Pior, são brasileiros! Aqueles que a gente pensava que eram legais, calorosos e bons de bola…
Me assusta também a galhofa com que alguns dos espectadores do vídeo reagem àquelas imagens deprimentes.
Mais um motivo para manifestarmos nosso mais profundo repúdio à forma como que alguns homens se referem à uma mulher ainda hoje, século XXI, ano de 2018.
Trata-se, sem dúvida, de um caso claro de assédio velado, assédio disfarçado, que muitas de nós vivemos todos os dias, no ambiente de trabalho, no ambiente acadêmico, em todos os lugares. Não podemos nos calar diante de atos como esse. Não há mais espaço na sociedade para aceitarmos passivamente esse tipo de atitude.
Respeito é bom e todo mundo gosta!
*Adriana Vilela Toledo é presidente do PSDB-Mulher de Alagoas, graduada em Pedagogia e especialista em Administração Pública e Pedagogia Empresarial.*