Ao participar do programa ‘Câmara Debate’ na última terça-feira (29), o tesoureiro do PSDB nacional, o deputado Sílvio Torres (SP), adiantou que concorda como aumento dos recursos que deverão ser destinados às candidaturas de mulheres, conforme decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que determinou a destinação de 30% dos recursos do chamado Fundo Eleitoral para a financiar candidaturas femininas. Na sua opinião, caberá à justiça eleitoral agora esclarecer algumas dúvidas que ficaram em aberto com a mudança.
Sílvio Torres reconheceu a baixa representatividade feminina em cargos políticos no Brasil. “Na eleição de 2014, diminuiu o número de mulheres eleitas e isso se deve a dois fatores: a falta de recursos e a falta de vontade política dos partidos de atenderem aos requisitos da lei e, às vezes, da própria sociedade”, observou.
PSDB-Mulher
Ao ser questionado sobre o que o PSDB vem fazendo para preparar suas candidatas para a eleição deste ano, Silvio Torres mencionou o trabalho realizado pelo PSDB-Mulher e o seu esforço para capacitar as tucanas dispostas a serem representantes da população. Em parceria com a fundação alemã Konrad Adenauer e do Instituto Teotônio Vilela (ITV), a presidente nacional do PSDB-Mulher, a deputada Yeda Crusius (RS), promoveu três cursos de capacitação de pré-candidatas das cinco regiões do país: 110 em Porto Alegre, 70 em Recife e 63 em Belém.
“O PSDB já destina 5% dos recursos do fundo partidário para o PSDB-Mulher, que tem hoje a deputada Yeda Crusius como presidente e vem se planejando, se preparando para as eleições de outubro, com o objetivo de aumentar o número de mulheres eleitas pelo partido”, salientou.
Recurso no TSE
Silvio Torres enfatizou que o PSDB é contra a tentativa de alguns partidos de impedir ou adiar a decisão tomada pelo TSE. No entanto, ele cobra mais nitidez sobre o funcionamento da nova regra.
“O PSDB não apoia essa ideia de suspender, mas o que precisa ter por parte do TSE é uma clareza e uma certa flexibilidade para atender esses detalhes e dificuldades que poderão ser prejudiciais aos partidos, uma vez que já estávamos no curso de uma eleição. A rigor, contesta-se inclusive a questão da anualidade. A lei prevê que todas as regras devam ser estabelecidas um ano antes das eleições. Essa é uma regra nova e que muda todo o entendimento que se tinha antes”, argumentou.
Financiamento coletivo de campanha
Silvio Torres lembrou que nesta campanha o partido estreará uma nova ferramenta para arrecadar recursos. “Esse ano não tem verbas de empresas para as campanhas. Zero. É proibido. Há a possibilidade de doação de pessoas físicas até o limite de 10% da renda declarada no ano anterior da eleição. E os partidos, pela primeira vez, vão investir mais nisso”, esclareceu.
O deputado ressaltou que o processo de arrecadação do PSDB já começou e que vai beneficiar todos os candidatos. “Nós estamos preparados para isso e já iniciamos um processo de arrecadação no PSDB e estenderemos isso para todos os candidatos. Com isso a gente espera poder complementar e suprir a ausência dos recursos privados”, concluiu.