As tarefas diárias atribuídas à mulher sobrecarregam sua vida emocional. Haja massa encefálica para decorar o gosto pessoal de todos os seus parentes, cuidar da saúde do marido, saber todas as manhas de seus filhos, reconhecer o estado emocional de cada amigo, entender e conciliar todas as responsabilidades de ser mãe, amiga, filha, mulher, entre tantas mil informações estocadas no cérebro de uma mulher.
Em uma publicação de 2015, a repórter do jornal The Guardian, Rose Hackman, dissertou sobre o que vem a ser o “trabalho emocional” que afeta tanto a qualidade de vida das mulheres, mas tal conceito surgiu bem antes.
O “trabalho emocional” foi introduzido na academia pela socióloga americana Arlie Hochschild, no livro “The Managed Heart”, de 1983. Em sua obra, ela aborda o tema inserido no ambiente profissional ou corporativo em relação a expectativa de que o trabalhador trabalhe seus próprios sentimentos privilegiando a quem irá servir.
Nesta perspectiva, “trabalho emocional” se encarrega de atribuir ao indivíduo a responsabilidade de agradar, ser agradável, gentil, tolerante, prestativo e contribuir para a harmonia do espaço em que está inserido.
Um recente artigo da socióloga Rebecca Erickson, revelou que o“trabalho emocional” está ligado diretamente à construção do gênero, em relação a posição de que cada um ocupa dentro do espaço familiar e no círculo de amigos. Segundo a pesquisa, a função de administrar emoções é algo esperado desde o início das mulheres, pois desde sua juventude elas estão acostumadas a isto.
*Com informações do jornal Nexo.