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É preciso enfrentar o assédio no trabalho, diz tucana

Uma pesquisa sobre diversidade no ambiente de trabalho divulgada em outubro pela consultoria Tree, especializada em diversidade de gênero, com dados coletados pelo instituto Qualibest, revelou que uma a cada três brasileiras se sente desprotegida para denunciar casos de assédio, ofensa, discriminação ou situações de desigualdade de gênero nas empresas em que trabalham.

Pelos dados, mais da metade das entrevistadas disseram que já viram colegas serem ofendidos, rebaixados ou prejudicados por questões ligadas a sexualidade.

Recém-eleita presidente do PSDB-Mulher da Bahia, Eremita Mota (PSDB-BA), lamentou a realidade vivida pelas mulheres no mercado de trabalho do Brasil e disse que é preciso encorajar as mulheres a enfrentar a situação de forma pacífica antes de tomar uma providência drástica.

“Eu acho válida uma conversa com o autor do assédio antes de formalizar uma denúncia. Muitas vezes o mal-estar se resolve com uma atitude direta e severa por parte da trabalhadora. A mulher precisa se impor e dizer ‘não gostei do que você fez’”, afirmou a tucana.

Dados

O estudo revela ainda que sete a cada dez entrevistados afirmaram que sua empresa nunca realizou nenhuma iniciativa para tratar de temas como respeito e igualdade no ambiente de trabalho. Do total, 76% dizem que não há cursos, treinamentos ou qualquer tipo de capacitação interna sobre o tema.

A pesquisa também constatou que a desproteção para relatar assédio no trabalho é pior entre empresas de pequeno porte: só uma a cada cinco (ou seja, 20%) possui algum canal interno para denúncias desse tipo.

Para Eremita Mota, é preciso que as mulheres parem de se vitimizar e comecem a enfrentar o assédio de forma mais dura. “Não podemos nos calar diante de abusos, mesmo que isso cause a demissão. Se for para ser demitida, que seja com dignidade. As mulheres ficam sem saber o que fazer diante de um assédio e isso precisa mudar”, disse.

Elogios x agressão

A tucana alerta ser necessário diferenciar um elogio de um abuso real. “O mundo de hoje está tão difícil para nós mulheres que sofremos recorrentes abusos, seja no trabalho, seja no transporte público, que as vezes um elogio sincero pode ser mal interpretado. É preciso que a gente incentive a paz e o respeito ao próximo seja onde for”, destacou.

Eremita Mota afirmou ainda que é preciso ânimo e coragem de todas as brasileiras para agir em prol do respeito ao sexo feminino. “É lamentável que muitas percam o emprego por não conseguir lidar com estas situações. É muito importante dizer para as brasileiras que elas precisam ter coragem de dizer que não gostaram, coragem de enfrentar”, disse.

A igualdade de gênero é um dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU) há dois anos e adotados por 193 países-membros da entidade, inclusive o Brasil. No ano passado, o país caiu nove posições no Índice Global de Desigualdade de Gênero, criado pelo Fórum Econômico Mundial, e ficou em 90º. Em 2006, estava em 67º.

*Com informações do Estado de S. Paulo.

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