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Faltam políticas de controle de natalidade, alerta vereadora

Dados de mais de 140 países analisados no relatório promovido pelo Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) comprovam que as mulheres são prejudicadas pela desigualdade não apenas no mercado de trabalho. Em condições básicas como saúde e garantia de direitos sexuais e reprodutivos, a situação é especialmente mais grave.

A vereadora de Goiânia (GO) Cristina Lopes (PSDB-GO), conhecida como Dra. Cristina, ressaltou que tais defasagens são consequências de uma cultura de desigualdade social que prejudica principalmente a mulher. “É cultural, ainda tratam a mulher como uma propriedade, como se ela fosse apenas uma extensão do homem, viesse para servir. É um tratamento absurdo, desumano e de desrespeito”, chamou a atenção.

As conclusões do levantamento intitulado “Mundos Distantes: Saúde e direitos reprodutivos em uma era de desigualdade” revelou que as defasagens na assistência à saúde sexual e reprodutiva da mulher enfraquecem o progresso dos países, e ameaçam a paz e o desenvolvimento econômico global.

Investimentos nas políticas de saúde sexual da mulher também foram citadas por Cristina Lopes como essenciais. Ela enfatizou que é preciso cuidar da prevenção e tratamento de DSTS, dos tipos de câncer que atingem a mulher, além dos cuidados básicos com a saúde reprodutiva da mulher.

“Esses são fatores que interrompem toda a vida da mulher, eles têm impacto em todas as áreas. A mulher passa a não estudar mais, não trabalhar, fica reclusa, várias consequências são acarretadas”, esclareceu.

A tucana destacou ainda que o controle de natalidade é fundamental, e pontuou que, no Brasil, não é dada a devida atenção a ele. “Nós não temos políticas públicas do Estado que sejam permanentes. Já tivemos alguns programas, mas foi deixado de lado. A mulher tem que ter o direito de escolher quando vai ser mãe”, pontuou.

A falta de planejamento reprodutivo afasta as mulheres do mercado de trabalho e afeta seu rendimento. Os números do censo nos anos anteriores revelam um aumento na disparidade de gênero, um enriquecimento das camadas mais ricas em detrimento à uma estagnação das mais pobres.

Outra observação foi que as mulheres possuem mais chance de ficarem desempregadas do que os homens. Enquanto 5,5% dos homens estão sem trabalhar, 6,2% das mulheres se encontram na mesma condição. Na educação, os números também são preocupantes. Dos 758 milhões adultos analfabetos, cerca de 479 milhões são do sexo feminino.

Em relação à proteção a mulheres em casos de violência, dos 173 países, 46 não possuíam qualquer lei que assegurasse a integridade feminina, e 41 não tinham qualquer lei que abordasse ou punisse o assédio sexual.

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