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Ausência de políticas de segurança incentiva guerra na Rocinha, avalia tucana

Três dias após a saída das Forças Armadas, a Rocinha foi palco de mais uma troca de tiros na manhã deste domingo (1º). Moradores da comunidade na Zona Sul do Rio de Janeiro tentam manter a rotina em meio à crise de segurança pública vivida pelo estado. Apesar da presença policial, pessoas ainda relatam a presença dos traficantes nos becos e vielas.

A disputa entre facções deixou três mortos, 24 suspeitos presos e confiscados 25 fuzis, 14 granadas e sete bombas de fabricação caseira, segundo informou a Secretaria de Estado de Segurança Pública.

Com a bandeira da segurança pública, a vereadora de Caxias do Sul (RS) Paula Ioris (PSDB-RS) acompanha atentamente o que ocorre na Rocinha. “Apesar de ser no Rio de Janeiro, é uma situação que diz respeito a todos nós brasileiros. O país inteiro vive uma crise na segurança. É preciso que se tome uma medida urgente para mudar este quadro”, alertou a tucana.

Para Paula Ioris, o caos vivido na comunidade carioca se deve à falta de uma política nacional de Segurança Pública. “Em relação a guerra que estamos vendo, não se pode deixar de olhar para o passado. Sempre houve muita negligência em relação à segurança pública”, disse ela.

Segundo a tucana, é um tema que atinge a todos e não apenas os moradores das regiões em situação de risco e ameaça. “É um assunto muito sério porque tem relação direta com a nossa dignidade. É uma necessidade básica assim como alimentação. Nos sentirmos seguros é primordial para a qualidade de vida”, afirmou.

A vereadora disse ainda que a ausência de ações efetivas do governo federal em relação à segurança nas fronteiras, ao tráfico de drogas e ao crime organizado é responsável pelo o que se passa no Rio.

UPP’s

Paula Ioris relembrou de quando as Unidades de Polícia Pacificadora (UPP’s) foram implantadas nas comunidades do Rio de Janeiro. De acordo com ela, a iniciativa gerou bons resultados inicialmente, mas, por falta de um trabalho conjunto, acabaram sendo frustradas.

“Lá atrás quando foram implantadas as UPP’s nós tivemos um bom resultado. O problema foi a gestão dessas unidades. Junto com elas deveriam ter sido feitas políticas públicas básicas, como educação, saúde, trabalho com a família, alimentação e isso não aconteceu”, lamentou.

Eventos

A vereadora relembrou que o Rio é palco de eventos que “mascaram” sua realidade. Paula Ioris destacou a Copa do Mundo e as Olímpiadas, por exemplo.

“As notícias recentes de corrupção de desvio de dinheiro público também são fatores que contribuíram para a falência do estado. Em nome do esporte e da cultura, muito dinheiro foi roubado e que agora está fazendo falta para a comunidade que sofre com a guerra”, disse a tucana.

Ocupação

As Forças Armadas deixaram a Rocinha na sexta-feira (29), após uma semana de ocupação como resposta à guerra entre facções, pouco mais de 950 homens deixaram o local. As tropas militares começaram a deixar a comunidade por volta das 3h30 da madrugada sábado.

Paula Ioris é a favor da presença militar como medida emergencial, porém destacou que não é trabalho das Forças Armadas prender criminosos e acabar com o tráfico no local. “O Exército atua em caso de emergência. No caso da Rocinha, eles intervieram para poder deixar a polícia fazer o trabalho investigativo. Mas não é natural a presença do Exército na rua, isso é sinal de algo está muito errado”, disse.

A vereadora advertiu: o caso da Rocinha não é isolado nem único. “No Brasil, existem milhares de ‘Rocinhas’ que precisam da atenção do governo. Centenas de pessoas vivem sitiadas em muitas comunidades brasileiras que estão nas mãos do crime. Está faltando seriedade em relação à segurança pública”, enfatizou.

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